Prefeitura interrompe distribuição de sopas no Centro de João Pessoa

Uma ação de distribuição de sopa a moradores de rua, realizada no Centro de João Pessoa, foi interrompida pela Prefeitura da cidade na noite desta segunda-feira (4). A atividade é organizada por uma Pastoral da Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves e foi paralisada sob justificativa de denúncias de tráfico de drogas e exploração sexual na área onde a sopa era distribuída, conforme nota da prefeitura da capital.

Os voluntários da pastoral da pessoa em situação de rua da Arquidiocese da Paraíba estavam distribuindo os alimentos na Praça João Pessoa, quando foram surpreendidos por guardas municipais e agentes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), que portavam um cordão de isolamento com o intuito de impedir a concretização da ação, de acordo com Massilon Ramos, coordenador da pastoral.

Ainda segundo Massilon, os agentes da Sedurb justificaram a intervenção à ação da pastoral com o argumento de que iriam limpar a praça e, por isso, precisariam desarticular o aglomerado de pessoas no local.

A prefeitura de João Pessoa explicou, em nota, que a operação de intervenção à distribuição de sopas aconteceu por conta das frequentes denúncias de exploração sexual, vandalismo, e tráfico de drogas onde está localizada a praça que recebe a ação.

A prefeitura também declarou que uma reunião entre a Secretaria de Desenvolvimento Social e a Arquidiocese será realizada na sexta-feira (8), com o intuito de definir um novo espaço onde a ação irá acontecer. Áreas como o entorno da Caixa Econômica Federal, Praça Dom Adauto e Terminal Rodoviário, utilizadas para as demais entregas de sopa realizadas pela pastoral, estão liberadas para as ações dos grupos da Arquidiocese. 

O que diz a prefeitura

Na reunião entre representantes da Prefeitura de João Pessoa e da Arquidiocese da Paraíba, na tarde desta terça-feira (5), a PMJP disponibilizou equipamentos às pastorais da Igreja e às organizações que realizam distribuição de sopa a pessoas em situação de rua no Centro. Agora, os voluntário poderão fazer uso do Restaurante Popular da Lagoa e do Centro POP.

De acordo com o secretário adjunto de Desenvolvimento Social (Sedes), Vítor Cavalcante, a Sedes tinha o objetivo de impedir ações de criminosas no local, e por isso interrompeu a ação da Arquidiocese. “Não houve qualquer agressão contra as ações das pastorais ou qualquer outro grupo que deseje realizar a distribuição de sopão às pessoas em situação de rua”, reforçou.

O Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba, Pe. Luiz de Souza e Silva Júnior, informou que na reunião ficou claro o objetivo da Prefeitura de João Pessoa. “A conversa com o poder público foi muito positiva e com a intenção de superar este momento. Foi explicado que se tratou de uma ação pontual na praça e que não há qualquer impedimento para que as pastorais continuem atuando em outros pontos da cidade”, completou.