POLÍTICA
Calvário: Após audiência de custódia, Fabiano Gomes vai para Presídio do Róger
Radialista deverá ficar preso até sábado, exceto se juiz converter prisão em temporária.
Publicado em 11/03/2020 às 10:50 | Atualizado em 11/03/2020 às 18:13
Após audiência de custódia, realizada nesta quarta-feira (11), o juiz Adilson Fabrício Gomes Filho determinou que o radialista Fabiano Gomes da Silva, seja encaminhado ao Presídio Flóscolo da Nóbrega, mais conhecido como Presídio do Róger, em João Pessoa. Ele foi preso temporariamente nesta terça-feira (10), por decisão do desembargador Ricardo Vital de Almeida, como desdobramento da oitava fase da Operação Calvário.
Fabiano Gomes deverá ficar em uma cela reservada até às 8h do próxima sábado (14), exceto se até lá o relator da Calvário determinar pela conversão da prisão em provisória, conforme explicou o juiz Adilson Fabrício. Caso contrário, ele será solto imediatamente. A defesa chegou a pedir que ele ficasse recolhido na carceragem da Polícia Federal ou mesmo no presídio de Segurança Média, a exemplo de outros presos na Operação Calvário. "O Róger é o local recomendado pela Secretaria de Administração Penitenciária para abrigar os presos provisórios e por isso ele irá para lá", disse Adilson Fabrício.
No período em que estiver em prisão temporária, o radialista ficará em uma área denominada de "reconhecimento", onde também estarão outros presos recém-egressos ao sistema. O diferencial, destacou o juiz, é que ele estará também privado de contato com o atual diretor do Róger, a pedido do advogado de defesa Gustavo Botto, que argumentou possível risco à sua integridade física, já que o radialista teria feito denúncia contra agentes penitenciários e o diretor da unidade. "Não existe provas nos autos, mas por questão de cautelar vou determinar que o diretor do presídio não tenha contato com ele", ressaltou o juiz, durante a audiência.
O juiz Adilson Fabrício também liberou a visitação de parentes de primeiro e segundo grau no período em que estiver preso, bem como que ele porte os remédios de controle diário que ele tem que tomar. "Ele está autorizado a ingressar no presídio com a medicação. Pode conduzir a medicação dele com a receita médica e lá poderá ministrar pessoalmente sem a necessidade do farmacêutico", afirmou.
Prisão
A decisão da prisão temporária de Fabiano Gomes foi proferida na oitava fase da Operação Calvário, requerida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado/Gaeco), que investiga um gigantesco esquema criminoso que teria funcionado em desfavor do estado da Paraíba, por um longo período (desde 2011), abrangendo práticas de crimes de corrupção, lavagem de ativos, dentre outras, notadamente interligadas às atividades das organizações sociais na saúde e à adoção de inexigibilidades licitatórias ou a fraude na educação.
O radialista Fabiano Gomes teve a prisão temporária decretada em virtude da suposta prática do crime de extorsão contra Denylson Oliveira Machado, parceiro de Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, na empresa Paraíba de Prêmios. Para tanto, ele teria se utilizado, falsamente, do nome do delegado da Polícia Federal Fabiano Emídio de Lucena Martins, dizendo-se possuidor de cópia de degravações, supostamente prejudiciais a Denylson.
“Os fatos atribuídos a Fabiano Gomes indicam concretamente que sua liberdade compromete a regular colheita da prova, porquanto pessoas investigadas podem ceder a suas pressões e acabem por ocultar dados e fatos importantes às investigações em curso. A sua postura interfere, direta e indiretamente, na produção das provas pré-processuais, havendo, portanto, imprescindibilidade da medida constritiva a subsidiar a persecução criminal, que é, exatamente e tão somente, o que se anseia com a prisão temporária”, destacou o desembargador Ricardo Vital na decisão que decretou a prisão do radialista.
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