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VIDA URBANA

Estudo da UFPB aponta que pico da Covid-19 na Paraíba será no início de junho

Segundo a pesquisa, a doença deve atingir 5% da população, com 190 mil casos.

Publicado em 14/05/2020 às 7:20 | Atualizado em 14/05/2020 às 13:25


                                        
                                            Estudo da UFPB aponta que pico da Covid-19 na Paraíba será no início de junho
Foto: Gilberto Firmino/Secom-JP

O pico de contágios pelo novo coronavírus (Covid-19) na Paraíba será no início de junho, atingindo 5% da população, com 190.078 casos. É o que aponta um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Até a noite desta terça-feira (13), o estado ultrapassou os 3 mil casos de Covid-19, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

O prognóstico da pesquisa da UFPB é mantido quando aplicado, por exemplo, à cidade de João Pessoa, sendo esperados 35.457 casos, o que corresponde a 4% da população do município. “Com estas previsões, podemos auxiliar gestores públicos no enfrentamento da pandemia, por meio de tomada de decisões, a fim de gerenciar os riscos”, avalia Maria Daniella Silva, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.

A estimativa foi realizada com base no modelo epidemiológico SIR, usado para medir a evolução de epidemias contagiosas. Para isso, indivíduos de determinada população são definidos em Susceptíveis (S), Infectados (I) e Recuperados (R).

Para o estudo, foram feitas três suposições: a população é constante, com isso, não é levado em consideração os nascimentos e as mortes durante a pandemia; os indivíduos são igualmente susceptíveis à doença; as pessoas ficam imunes após uma única infecção.

Maria Daniella Silva explica que os resultados não estão levando em conta nenhuma medida de contenção de interação humana. “Isso achataria a curva, ou seja, reduziria o número máximo de infectados”. O modelo de previsão também não considera a existência de subnotificação dos casos. “O número de infectados pode ser maior que o apresentado oficialmente. Todo modelo de previsão está sujeito a erros”, explica.


				
					Estudo da UFPB aponta que pico da Covid-19 na Paraíba será no início de junho

Isolamento

A partir de dados da geolocalização de smartphones do sistema Android captados pela Google, o laboratório da UFPB também analisa o nível de circulação de pessoas em determinados locais, com a finalidade de monitorar o cumprimento da política de isolamento social.

Os dados constatam que houve uma grande variação na circulação de pessoas no dia 21 de abril, que foi o máximo de isolamento social no período, chegando a uma variação negativa de 78% da circulação de pessoas em lojas e ambientes de recreação, devido ao feriado de Tiradentes.

Já no dia 26 de abril, foi observado grande aumento da circulação de pessoas e um certo descumprimento da política de isolamento implementada, o que pode ser preocupante para o sistema de saúde paraibano e para a sociedade como um todo.

Reações

O mapeamento do Twitter, produzido pela unidade de pesquisa, teve como foco a reação dos usuários brasileiros a notícias relacionada à Covid-19. Para isso, foram coletados 90 mil tweets de 4 a 8 de maio.

Através de machine learning, um método de análise de dados, os tweets da segunda-feira (4) apresentaram um novo ápice do sentimento negativo. Isso ocorreu devido a notícias e acontecimentos do final de semana, além da divulgação de que o país havia ultrapassado 100 mil casos confirmados e mais de 7 mil óbitos.

Na dia 7 de maio, houve uma redução brusca desse sentimento, que pode ser atribuída à divulgação da descoberta, por parte de Israel, de um anticorpo que “neutraliza” o coronavírus e também ao relatório feito pelo Imperial College de Londres, com foco no Brasil, que recomenda a adoção de medidas mais severas para conter a explosão da pandemia.

Desde então, algumas cidades começaram a discutir e implantar o lockdown, isolamento total, e a reação de “alívio” por parte de alguns usuários foi captada, uma vez que o Twitter se trata de uma ferramenta de monitoramento em tempo real.

Imagem

Angélica Nunes

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