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VIDA URBANA

Em dez dias, casos de Covid-19 nas cidades do Vale do Mamanguape cresceram 155%

No início de junho, registros da doença na região saíram de 400 para 1.021 casos confirmados.

Publicado em 17/06/2020 às 13:39 | Atualizado em 17/06/2020 às 16:29


                                        
                                            Em dez dias, casos de Covid-19 nas cidades do Vale do Mamanguape cresceram 155%
Foto: Facebook/Prefeitura de Mamanguape

				
					Em dez dias, casos de Covid-19 nas cidades do Vale do Mamanguape cresceram 155%
Mamanguape é a cidade mais atingida pela Covid-19, com 609 casos confirmados. Foto: Facebook/Prefeitura de Mamanguape. Foto: Facebook/Prefeitura de Mamanguape

Uma pesquisa desenvolvida no Centro de Ciências Aplicadas e Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), fez um alerta sobre o avanço da pandemia do novo coronavírus nas 12 cidades que formam o Vale do Mamanguape, no Litoral Norte do estado. No levantamento, nos dez primeiros dias de junho, os registros da doença na região aumentaram 155%, de 400 para 1.021 casos confirmados.

Consequentemente, o número de mortes também foi ampliado neste período, subindo de dez para 23, o que representa um aumento percentual de 130%.

As cidades que tiveram o crescimento mais acentuado foram Mamanguape, Rio Tinto e Baía da Traição, com 529, 160 e 87 casos, respectivamente. Em seguida estão Itapororoca (64), Capim (51), Mataraca (40), Jacaraú (37), Cuité de Mamanguape (24), Curral de Cima (10), Marcação (9), Lagoa de Dentro (9) e Pedro Régis (1).

Outro dado apresentado pela pesquisa é que os municípios de Cuité de Mamanguape, Curral de Cima, Marcação, Lagoa de Dentro e Pedro Régis, até o dia 10 de junho, não registraram mortes. Para os especialistas, o fato de não haver mortes nessas cidades está atrelado ao isolamento social e à menor estrutura de atrativos que elas dispõem.

De acordo com o coordenador do relatório, professor Paulo Palhano, o principal fator para o contágio pela Covid-19 é a falta de conscientização do isolamento social. Para ele, também agravam a pandemia a dificuldade de higienização da população, dos objetos e a ausência de infraestrutura nas unidades de saúde.

“A ausência de ações educativas pelo poder público, a postura dúbia adotada pelos gestores, a não adoção de ações educativas e preventivas são atitudes que produzem o adoecimento e até grande quantidade de óbitos”, disse o professor.

O relatório da UFPB também aponta que é fundamental, para os gestores públicos paraibanos, a adoção de medidas como manutenção das barreiras, higienização dos condutores e passageiros de veículos e a distribuição de máscaras caseiras para a população.

Além disso, o estudo aponta que é imprescindível a articulação do poder público, no sentido de oferecer apoio emergencial ao povo indígena Potiguara do Vale de Mamanguape. São cerca de 22 mil indígenas em 32 aldeias, situadas nas cidades de Rio Tinto, Marcação e Baia da Tradição.

“O poder público precisa avaliar suas ações e unir forças para apoiar as iniciativas advindas dos caciques, pajés, educadores sanitários e dos movimentos sociais. É imprescindível a articulação entre o poder público para o apoio emergencial ao povo indígena Potiguara”, dizem os pesquisadores, através do relatório.

Imagem

Raniery Soares

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