COTIDIANO
Curados da Covid-19, profissionais seguem na linha de frente e mostram esperança na luta contra a doença
História de vida dos profissionais da Saúde é um dos temas do Paraíba Comunidade deste domingo (4),
Publicado em 04/04/2021 às 6:00
A pandemia da Covid-19 tem deixado sequelas no corpo e na mente das pessoas. O quesito psicológico, inclusive, tem impactado até mesmo quem felizmente não foi infectado pelo novo coronavírus. E quando os profissionais de saúde, que são a primeira mão estendida para acolher os pacientes, se tornam estes pacientes?
Curados, após terem sido contaminados, profissionais de saúde seguem na linha de frente mostrando fé e esperança, na luta contra o novo coronavírus. História dos profissionais foi um dos temas do Paraíba Comunidade deste domingo (4), exibido nas TVs Cabo Branco e Paraíba.
A enfermeira Amanda Trindade viu essa realidade bem de perto. Atuando na linha de frente do Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, ela viu o namorado contrair a doença e ficar internado, inclusive sendo transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele é médico, tem 32 anos, nenhuma doença pré-existente e também estava na batalha contra a Covid-19.
“Ele começou a ter muita febre e não passava, sentindo muito cansaço e com a saturação chegando em 90. Foi preciso ficar 72h pronado [deitado com a barriga para baixo] e mesmo assim, a frequência respiratória continuava muito alta. Resolvemos interná-lo e no outro dia ele foi para a UTI, onde passou seis dias. O que ajudou neste processo é que ele é uma pessoa tranquila e trabalhava no combate a doença. Conseguiu sair da UTI depois de seis dias. Teve alta para a enfermaria e no outro dia foi para casa”, lembra Amanda.
Hoje, ela conta que o namorado passou uns dias cansado (durante a recuperação), precisando de ajuda para ir ao banheiro e fazer outras tarefas comuns do dia a dia, mas hoje está totalmente recuperado, inclusive praticando atividades físicas como a corrida de rua.
“Eu sigo na linha de frente, vacinada, feliz e grata, pois eu amo trabalhar com isso. Não desisto da doença, mas sigo sempre tendo os mesmos cuidados do primeiro dia”, contou a enfermeira.
Outro caso é o de Diego Bruno, também profissional de enfermagem. Ele ficou afastado do trabalho durante 14 dias, ficando metade deste tempo apresentando sintomas da doença.
“A percepção sobre a doença é que ela é mais real do que parece. Quando eu fiquei doente, falávamos muito pouco sobre a doença e pouco se sabia do tratamento mais adequado. Hoje se sabe que não tem um tratamento específico, mas existe vacina e resultados promissores. Perdemos muitos amigos próximos. A percepção é que a doença mata mais profissionais de saúde do que se possa imaginar”, lamentou Diego.
Ele lembrou que o enfermeiro é o profissional que tem o primeiro contato e que, inclusive, estende a mão para o paciente. “É um momento muito difícil para o paciente, pois ele chega na linha de frente com medo. Nós não podemos transparecer isso para ele e temos que enfrentar o medo de frente”, contou.
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