ECONOMIA
Safra da Paraíba deve cair 64,5% e Estado registra maior queda do país
Previsão da safra de grãos 2014/2015 é de apenas 20,6 mil toneladas, que representa uma queda de 64,5% em relação ao ano passado.
Publicado em 10/07/2015 às 11:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 12:24
Confirmando as estimativas pessimistas dos agricultores paraibanos, a previsão da safra de grãos 2014/2015 divulgada na quinta-feira (9) é de apenas 20,6 mil toneladas, que representa uma queda de 64,5% em relação à safra do ano passado (58,1 mil toneladas). Os dados são do 10º Levantamento de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Paraíba registrou a maior queda na projeção da safra do mês de julho no país.
O levantamento também apontou que as expectativas da área plantada na Paraíba é agora de 106,5 mil hectares, ou seja, 31,4% menor do que a área registrada na safra 2013/2014 que alcançou os 155,3 mil hectares. O feijão e o milho, que representam mais de 95% dos grãos plantados na Paraíba, também apresentaram fortes quedas na projeção de julho.
A estimativa da safra de milho neste levantamento foi de 12,9 mil toneladas, que significa uma retração de 63,6% comparado à safra 2013/2014 que foi de 35,4 mil toneladas. Já a safra de feijão prevista este mês foi de 6,8 mil toneladas, que representa um recuo de 68,1% se comparado à do ano passado (21,3 mil toneladas).
Vale lembrar que a Paraíba está entrando no quarto ano de seca consecutiva e que a produção local neste período vem registrando baixos volumes de grãos. Para se ter ideia, a safra de 2011 foi de 144,8 mil toneladas de grãos. Em 2012 caiu para 46,2 mil toneladas, em 2013 passou para 52 mil toneladas e o ano passado fechou com 58,1 mil toneladas.
O superintendente regional da Conab na Paraíba, Gustavo Guimarães Lima, afirmou que, independente da situação climática, o governo está fazendo a parte dele na distribuição de sementes. “Infelizmente foi uma queda drástica que teve como principal justificativa a estiagem, que já se prolonga por mais de três anos consecutivos”.
De acordo com ele, este ano ocorreram períodos curtos de chuva que animaram o agricultor, mas como as precipitações ficaram abaixo do aceitável para garantir a colheita, o resultado não foi bom. “Realmente a situação é preocupante. É bom lembrar que a Paraíba tem quase todo seu território dentro do semiárido e não tem bolsões de grãos como outros estados do Nordeste, a exemplo da Bahia”, frisou.
Quando indagado sobre o papel do governo de tentar distribuir para o agricultor culturas mais resistentes à seca, Gustavo Lima salientou que há tentativas neste sentido, mas o processo é difícil. “O trabalho para mudar a mentalidade do agricultor, dizer que ele não plante feijão e produza mel, por exemplo, é bastante complicado porque ele raramente aceita mudanças”.
As previsões de junho indicam que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deste ano deverá totalizar 205,8 milhões de toneladas, com crescimento de 6,7% em relação às 192,9 milhões de toneladas da safra do ano passado. E significam um aumento de 1,4 milhão de toneladas (0,7%) sobre as estimativas do levantamento de maio
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