ESPORTES
Contos Olímpicos #3: Os Medalhistas da Paraíba
“Já temos a prata de Mazinho em 1988, de Zé Marco em 2000, de Hulk em 2012. Já temos o ouro de Douglas Santos em 2016”.
Publicado em 22/07/2021 às 13:30 | Atualizado em 18/04/2023 às 15:13
Por Phelipe Caldas
É bom ser um pouco bairrista, sabe?
Gostar do DDD 83, se deliciar com um prato de macaxeira com carne de sol, ter orgulho da terra em que nasceu, com os símbolos e sotaques que fazem dela única, vibrar com os conterrâneos que brilham na música, na literatura, no esporte.
O que isso tem a ver com Jogos Olímpicos?
Tudo, oras.
Porque se é bom torcer em favor dos brasileiros, é melhor ainda torcer por quem é de perto da gente. Por quem já frequentou as mesmas praças, as mesmas praias, os mesmos parques, as mesmas quadras que nós. Que fala como a gente e, como a gente, sabe o que de bom tem por aqui.
É um sentimento de localismo, de identidade, de comunidade, que nem sempre é fácil de explicar. Mas que ao mesmo tempo faz todo o sentido na hora de torcer, de vibrar, de se emocionar.
Pois, dito isso, registre-se que a Paraíba viveu hoje de manhã um momento inédito em sua ainda tímida e pequenina história olímpica.
Pela primeira vez em 101 anos de participação brasileira em Jogos, um mesmo evento olímpico contou com dois paraibanos em ação simultaneamente.
Sim, no jogo de hoje do futebol masculino, contra a Alemanha, a mesma da grande final da Rio 2016, o goleiro Santos e o atacante Matheus Cunha estiveram em campo. Representantes de Campina Grande e de João Pessoa que têm grandes chances de voltarem para casa com medalhas olímpicas no peito.
Aliás, que momento fantástico a Paraíba pode viver em Tóquio.
Nunca antes tantos conterrâneos chegaram a uma mesma Olimpíada com chances de pódio. E o estado que tem hoje apenas quatro bravos medalhistas olímpicos, pode sair de lá, quem sabe, com o dobro disso.
Calma, calma. É óbvio que uma Olimpíada é forjada pelo imponderável. Que nem todas as projeções são de fato alcançadas. Mas não é impossível sonhar com medalhas dos dois atletas do futebol, de Álvaro Filho no vôlei de praia. Quem sabe, de Netinho no Taekwondo.
Bem, a nós nos resta aguardar. Torcer. Desejar.
Já temos a prata de Mazinho em 1988, de Zé Marco em 2000, de Hulk em 2012. Já temos o ouro de Douglas Santos em 2016.
Nos próximos dias saberemos se mais alguém entrará neste seleto grupo de heróis olímpicos paraibanos. Com vaga cativa no olimpo, na história, na posteridade.
Comentários