CONVERSA POLÍTICA
PGR abre inquérito para investigar Bolsonaro por prevaricação no caso Covaxin
Publicado em 02/07/2021 às 11:20 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:07
Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA
A Procuradoria-Geral da República abriu, nesta sexta-feira (2), inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação no caso da compra da vacina Covaxin. A decisão foi tomada após a ministra Rosa Weber cobrar um posicionamento da PGR sobre a notícia-crime apresentada por três senadores ao STF.
A PGR havia pedido para aguardar a conclusão da CPI, por entender ser 'precoce' e desnecessário conduzir investigações concorrentes sobre os mesmos fatos. A ministro afirmou que a apuração da comissão não impede a atuação do Ministério Público Federal.
O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, afirma que é preciso esclarecer as circunstâncias do eventual aviso que teria sido dado ao presidente para ver se de fato configura o crime de prevaricação, se Bolsonaro teria mesmo que ter agido, já que o crime é cometido por funcionários públicos.
Outra questão levantada é sobre se há indícios de que o delito teria sido cometido para satisfazer interesse próprio.
Medeiros quer os depoimentos dos envolvidos, entre eles, o presidente e os irmãos Miranda. O Supremo ainda discute se o presidente pode prestar depoimento por escrito ou precisa ser presencial.
Entenda o caso
A notícia-crime foi protocolada no STF pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Jorge Kajuru (Podemos-GO) e Fabio Contarato (Rede-ES) na última segunda-feira. Rosa Weber foi escolhida por sorteio.
A iniciativa dos parlamentares foi tomada após o depoimento de Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, à CPI da Pandemia, na semana passada.
De acordo com o deputado Luis Miranda (DEM-DF), ele e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, avisaram Bolsonaro em uma reunião no dia 20 de março sobre suspeitas de irregularidades na compra do imunizante. A investigação buscará esclarecer se Bolsonaro prevaricou diante da denúncia, ou seja, não tomou as medidas cabíveis.
Diante das denúncia dos irmãos Miranda, o governo afirmou que Bolsonaro avisou o então ministro Eduardo Pazuello sobre as suspeitas no dia 22 de março. Só que Pazuello foi exonerado no dia seguinte, 23 de março. E o contrato com a Covaxin só foi suspenso nesta semana, mais de 3 meses depois da denúncia.
*Com informações do G1
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