COTIDIANO
Condenado a 41 anos, ex-prefeito da Paraíba é denunciado por lavar dinheiro com criptomoedas
Publicado em 20/02/2020 às 18:08 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:40
José Edvan Félix é alvo de diversas investigações e foi preso na Operação Recidiva, que apura fraudes no Sertão do Estado
O ex-prefeito da cidade de Catingueira, José Edvan Félix, entrou mais uma vez na 'mira' do Ministério Público Federal (MPF). Condenado a 41 anos por fraudes, ele agora está sendo denunciado por lavagem de dinheiro utilizando criptomoedas, especificamente as moedas virtuais bitcoin e megacoin. Segundo a denúncia, Edvan ocultou a propriedade de diversos bens utilizando “laranjas”.
De acordo com a ação penal (nº 0800197-65.2020.4.05.8205), o acervo patrimonial de José Edvan Félix é maior do que o declarado por ele e encontra-se ocultado em nome de terceiros, com parte tendo sido construída entre os anos de 2005 a 2012 (quando ele era prefeito).
O MPF afirma que o ex-prefeito teria lavado dinheiro através de criptomoedas, consórcios e aquisição de veículos. Segundo as investigações, Edvan Félix possuía um carro de origem desconhecida, que nunca esteve no seu nome e entregou o veículo para uma empresa, a fim de que esta, por sua vez, vendesse o carro e investisse R$ 10 mil em criptomoedas em nome de um de seus filhos.
Em outra transação narrada na denúncia, o ex-prefeito de Catingueira teria entregado um veículo no valor de R$ 19 mil, sendo que parte desse valor deveria ser investida em criptomoedas e o restante devolvido ao denunciado.
Para o MPF, Edvan Félix praticou por nove vezes o crime de lavagem de dinheiro, fato típico previsto no artigo 1º, caput, da Lei n. 9.613/98, ao ocultar, na forma de bens titularizados pelos “laranjas”, a propriedade de bens e direitos provenientes de infração penal. A pena prevista é de três a dez anos de prisão, mais pagamento de multa, para cada um dos crimes.
Condenações e desvios
Nas ações judicais da Operação Dublê o ex-prefeito já foi condenado a mais de 40 anos de prisão pela prática dos crimes de organização criminosa, fraude licitatória e desvios de recursos públicos. De acordo com o Ministério Público Federal, os valores que teriam sido desviados pelo acusado e outros investigados somam mais de R$ 7,7 milhões. José Edivan Félix está preso no presídio regional de Patos. O blog ainda não conseguiu contato com os advogados dele.
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