COTIDIANO
Policiais de Sergipe acusados de envolvimento na morte de jovem em operação policial na Paraíba deixam prisão
Trio estava detido em unidades penitenciárias localizadas em Aracajú.
Publicado em 22/04/2021 às 10:21 | Atualizado em 30/08/2021 às 19:55
Os três policiais de Sergipe acusados de envolvimento na morte de Geffeson de Moura Gomes durante uma operação policial realizada em Santa Luzia, no Sertão da Paraíba, deixaram a prisão na quarta-feira (21). A informação foi confirmada nesta quinta (22) pela assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe.
Foram soltos:
- Gilvan Morais de Oliveira – Policial Militar
- José Alonso de Santana – Agente de investigação da Polícia Civil
- Osvaldo Resende Neto – Delegado de Polícia Civil
Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, os dois policiais civis estavam detidos na Academia de Polícia Civil de Sergipe (Acadepol). Já o PM estava preso no Presídio da Polícia Militar. Ambas as unidades penitenciárias estão localizadas em Aracajú.
A soltura aconteceu após o juiz Rossini Amorim Bastos, da comarca de Santa Luzia, negar o pedido de prisão preventiva feito Ministério da Paraíba (MPPB) e ordenar que os três respondessem o processo em liberdade.
“Não há elementos idôneos que demonstrem que, soltos, os réus comprometam o resultado útil do processo”, disse o juiz na decisão.
No entanto, mesmo sem acatar o pedido de prisão preventiva, a Justiça da Paraíba aceitou a denúncia feita pelo MP, o que fez com o os policiais se tornassem réus do processo que avalia o caso. Os três, portanto, foram denunciados pelos crime de homicídio qualificado e fraude processual.
O crime
Geffeson de Moura Gomes tinha 32 anos. Ele viajava para o município de Cajazeiras, também no Sertão paraibano, para visitar a família.
Enquanto passava por Santa Luzia, ele foi abordado e morto durante uma operação policial de Sergipe após ser confundido com outro homem, que seria o alvo da ação dos policiais.
Um laudo feito pela Polícia Civil da Paraíba aponta que o local em que Geffeson morreu foi adulterado pelos policiais que participaram da ação.
“Outro ponto importantíssimo do meu laudo foi constatar a adulteração do local. Primeiramente, esse veículo deveria ter sido vistoriado no local onde ocorreu o fato”, revelou o perito da Polícia Civil da Paraíba, Adriano Medeiros, que realizou a perícia no veículo da vítima.
Segundo o laudo pericial, as manchas de sangue, no formato de poças que estavam dentro do carro, indicam que Geffeson não foi socorrido imediatamente.
“Um porta objetos ficou completamente cheio de sangue, o que dá a atender que a vítima passou um bom tempo lá [dentro do automóvel]”, prosseguiu Adriano.
Já o delegado Glauber Fontes, informou que o caso é tratado, até o momento, como uma execução.
“O jovem não teve a menor possibilidade de defesa. Levou oito disparos, praticamente à queima roupa, sem saber o que estava acontecendo”, relatou.
Por Iara Alves
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