COTIDIANO
RETRO2018/Roger Waters
Publicado em 26/12/2018 às 20:12 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36
Quem vai ao show de Chico Buarque sabe da militância política do artista.
Na turnê Caravanas, que passou há pouco por João Pessoa, nem era preciso que Chico gritasse o "Lula livre". A plateia já se manifestava espontaneamente.
Quem vai ao show de Roger Waters sabe da militância política do artista. Muito maior do que a de Chico Buarque porque se dá em escala planetária.
No caso do ex-Pink Floyd, não é necessário que a plateia se manifeste. O grito vem do palco, do artista, está estampado explicitamente nos telões.
O neofascismo está crescendo. Trump nos Estados Unidos. Le Pen na França. Putin (com uma interrogação) na Rússia. Bolsonaro no Brasil. O alerta de Waters é claro.
Nesta terça-feira (09/10), Roger Waters se apresentou em São Paulo. E foi surpreendido.
Uma parte expressiva do público que pagou caro para vê-lo cantar grandes sucessos dos tempos do Pink Floyd não gostou do engajamento político do artista (sobretudo do "ele não" exibido no telão). Como se não o conhecesse, como se não soubesse que ele faz assim em qualquer parte do mundo.
Waters foi vaiado. Foi xingado. Chamado de "filho da puta".
O músico pode até ter ficado constrangido nos quatro minutos de vaias e xingamentos, mas reafirmou a sua postura em favor dos direitos humanos e falou especificamente sobre o Brasil:
"Vocês têm uma eleição importante em três semanas. Vão ter que decidir quem querem como próximo presidente. Sei que não é da minha conta, mas eu sou contra o ressurgimento do fascismo por todo o mundo. E como um defensor dos Direitos Humanos, isso inclui o direito de protestar pacificamente sob a lei. Eu preferiria não viver sob as regras de alguém que acredita que a ditadura militar é uma coisa boa. Eu lembro dos dias ruins na América do Sul, e das ditaduras, e foi feio".
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