SILVIO OSIAS
"Com doido não se discute". E o doido é o presidente Bolsonaro
Publicado em 12/03/2020 às 8:50 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:38
"Com doido não se discute".
A frase, aplicada aí ao presidente Jair Bolsonaro, não é minha.
Vejam que está aspeada.
É da jornalista Helena Chagas, filha do velho Carlos Chagas, que os mais jovens não conhecem.
Ela enumera:
Bolsonaro negou o acordo que fez sobre o orçamento impositivo.
Bolsonaro chantageou o Legislativo com a convocação das manifestações para que não vote o projeto que ele mesmo enviou.
Bolsonaro minimizou a crise das bolsas.
Bolsonaro disse que se inventa muito na crise do coronavírus.
Depois dessas, "não há mais a mínima chance de as afirmações do presidente serem levadas a sério" - diz a colunista.
É aí que entra o "com doido não se discute".
E o doido é Bolsonaro.
Segundo Helena Chagas, nos gabinetes mais importantes do Congresso Nacional, seus ocupantes não vão mais bater boca com o presidente.
Se é verdade, está explicado o silêncio, no Legislativo e no Judiciário, como resposta às mais recentes provocações feitas por Bolsonaro.
É uma estratégia.
O chefe do Executivo vai ficar falando sozinho.
Será assim mesmo?
O Brasil está às vésperas de manifestações convocadas pela ultradireita.
Serão no domingo (15) que vem.
Quem for às ruas fará não apenas a defesa do presidente, mas ataques ao Congresso e ao Supremo.
Serão um sucesso essas manifestações?
Serão um fracasso?
Depois delas, como o Brasil acordará na segunda-feira?
O presidente Jair Bolsonaro está testando os seus limites.
O presidente Jair Bolsonaro está testando os limites da democracia brasileira.
Mais do que nunca, como na velha canção tropicalista, é preciso estar atento e forte.
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