VIDA URBANA
Provas do Enem vão ser adiadas por causa de ocupação em escolas
Na Paraíba, 2.468 candidatos serão afetados com o adiamento.
Publicado em 01/11/2016 às 17:00
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 vão ser adiadas para 191.494 candidatos em todo o Brasil. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou nesta terça-feira (1º) que o adiamento na aplicação das provas acontece devido à ocupação de 304 escolas listadas como locais de provas. Na Paraíba, quatro locais de provas encontram-se ocupados, afetando 2.468 participantes com a mudança na data.
As provas adiadas serão realizadas nos dias 3 e 4 de dezembro, segundo o Inep. A lista com todas as escolas ocupadas deve ser publicada a partir das 18h no site do Inep. Os inscritos afetados pelas ocupações serão avisados pelo Inep por meio de SMS, e-mail e divulgação no site. Será possível, ainda, acessar o aplicativo do Enem 2016 ou se informar pelo 0800 616161.
O Enem 2016 recebeu cerca de 8,7 milhões de inscritos, destes 191.494 não poderão fazer a prova neste fim de semana, como estava previsto no edital. Na Paraíba, 221.945 candidatos se inscreveram para o exame, que deveria ser aplicado em 478 locais.
A divulgação das notas do Enem 2016 estava prevista e foi mantida para 19 de janeiro. Segundo o Inep, não houve alteração nessa data e, por isso, não vai haver interferência no cronograma das instituições que usam o Enem como processo seletivo, assim como não haverá alteração para as datas para o Sisu, Fies e Prouni.
As 304 ocupações correspondem a 1,9% dos 16.476 locais de provas previstos e estão distribuídas em 126 municípios de 19 estados e no Distrito Federal. A lista inclui 177 escolas de educação básica e 127 instituições de ensino superior.
Ocupações
As ocupações em diversos estados são motivadas pela rejeição à medida provisória que trata da reforma do ensino médio e também contra a PEC do teto de gastos públicos. Em 19 de outubro, o ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que havia 181 escolas do país ocupadas que poderiam comprometer a realização do Enem para cerca de 95 mil alunos participantes.
À época, Mendonça Filho havia dito que, caso as provas precisassem se reaplicadas posteriormente, os custos da aplicação (cerca de R$ 90 por aluno) serão cobrados judicialmente de alunos e entidades que sejam identificados como responsáveis pelas ocupações.
O MEC chegou a enviar um ofício dando o prazo de cinco dias para que eles identifiquem e encaminhem ao governo federal os nomes de manifestantes que ocupam campi dos institutos federais pelo país. A prática foi contestada pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat.
Equivalência de Provas
O Inep afirmou que a nova prova do Enem já foi elaborada e não vai afetar o equilíbrio entre os participantes, pois descarta a possibilidade de uma prova ser mais "difícil" que a outra. A base dessa argumentação é a chamada de Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, que é a metodologia usada na correção.
O Inep "calibra" todas as questões do Enem antes de elaborar as provas em eventos conhecidos como pré-teste, quando as questões são aplicadas a centenas de alunos e o resultado indica seu grau de dificuldade a partir da porcentagem de acertos. Quanto menos alunos acertarem a questão, mais difícil ela é.
Assim, o exame se torna "comparável". Isso quer dizer que é possível comparar notas de candidatos de uma edição do Enem com as notas de outras edições, porque o nível de todas as edições é similar. Além disso, o valor que o participante recebe em cada acerto é definido segundo o perfil de erros e acertos do aluno em toda a prova.
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