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Primeiro paraibano a chegar à seleção brasileira, Índio vai ganhar documentário e livro destacando sua carreira
Atacante que marcou época na década de 1950 vai ganhar duas obras em sua homenagem, destacando a sua importância na construção do Brasil hegemônico no futebol a partir de 1958.
Publicado em 01/03/2022 às 9:17
Primeiro paraibano a vestir a camisa da Seleção Brasileira, o ex-atacante Índio vai ganhar um documentário e um livro que vai contar sobre parte da sua exitosa carreira no futebol. Natural de Cabedelo, Aluísio Francisco da Luz, o Índio foi um dos grandes atacantes da história do Flamengo. O paraibano, de Cabedelo, morreu em abril de 2020, como o décimo artilheiro da história do Rubro-Negro, com 144 gols. Nesta terça-feira, faria 91 anos, se estivesse vivo.
Índio também foi o primeiro paraibano a disputar uma Copa do Mundo, a de 1954, na Suíça. Ele foi titular na famosa Batalha de Berna, quando o Brasil acabou sendo derrotado na prorrogação pela Hungria, por 4 a 2, nas quartas de final do torneio.
Mas é sobre o ano de 1957 que o documentário, previsto para sair em outubro, e o livro, que deve ser lançado em junho, vai se debruçar, num interessante olhar de Fábio Henrique e Nelson Meira, que estão tocando o projeto.
Naquele ano, Índio era titular da Seleção Brasileira comandada por Osvaldo Brandão. As Eliminatórias da Copa do Mundo não tinham um longo calendário. O grupo do Brasil tinha apenas mais duas seleções, Peru e Venezuela. A Venezuela, no entanto, desistiu de participar, de modo que Brasil e Peru fizeram dois jogos, numa espécie de mata-mata, para decidir quem iria para a Copa do Mundo do ano seguinte, na Suécia.
Foram nesses confrontos que Índio fez partidas memoráveis e foi fundamental para a classificação do Brasil para a Copa. Na partida de ida, em Lima, o paraibano marcou o gol brasileiro do empate em 1 a 1. No jogo da volta, no Maracanã, fez um bom jogo, e, com gol de Didi, o Brasil venceu por 1 a 0 e se garantiu no Mundial do ano seguinte.
"Imagina se o Brasil não vai para a Copa de 1958. Será que seria o que se tornou? Será que surgiria Pelé? O ano de 1957 foi muito importante para o que se tornou o futebol brasileiro, e o Índio foi fundamental nas partidas contra o Peru. Ele foi decisivo. Brasil e Peru já vinham de um jogo muito disputado do Sul-Americano de 1957, uma partida que acabou antes da hora por conta de confusão. Seria a primeira Copa do Peru. Era esse o ambiente. E a participação de Índio foi decisiva", explica Fábio Henrique.
O livro e o documentário serão intitulados de “Índio: o herói de 1957”. Produtor de eventos, Fábio Henrique, de 46 anos, é carioca, mas mora desde os cinco em João Pessoa. Ele conta da importância desse resgate sobre um dos maiores craques paraibanos da história.
"Importante resgatar a história, a memória desse craque da Paraíba. O primeiro paraibano a ir para a Seleção Brasileira, a disputar a Copa do Mundo. Artilheiro de duas temporadas pelo Flamengo. Fez 57 gols pelo Corinthians. E ainda foi o primeiro paraibano a jogar fora, na Espanha. Por tudo isso, é um personagem emblemático, é o marco zero do futebol da Paraíba", explica Fábio.
Índio nasceu em 1931 em Cabedelo. Perdeu o pai cedo, o provedor da família, e aos 7 anos migrou com a mãe para o Rio de Janeiro. Lá, se destacou no futebol e começou a jogar no Flamengo em 1951, onde ficou até 1957. É um dos grandes ídolos do clube carioca, onde foi tricampeão carioca (1953, 1954 e 1955) e fez parte, como protagonista, de um dos grandes times da história do clube, onde jogou ao lado de Zagallo, Evaristo de Macêdo, Benítez, Joel, dentre outros.
Atuou ainda no Corinthians, de 1957 a 1959, sendo titular absoluto do Timão nesse período. Jogou também fora do país, no Espanyol, de Barcelona, de 1959 até 1963, antes de encerrar a carreira como jogador no América-RJ, em 1965.
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