EDUCAÇÃO
Entenda áudio em que ministro diz que Bolsonaro pede repasse de verba a municípios indicados por pastores
Após a repercussão da declaração, Milton Ribeiro negou que o presidente tenha feito o pedido.
Publicado em 23/03/2022 às 13:25
Um áudio em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diz que repassa verbas do ministério para municípios indicados por pastores, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, se tornou um escândalo na terça-feira (22). Mais do que isso, a gravação provocou uma crise no MEC.
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Após o áudio repercutir, o ministro negou que Bolsonaro tenha pedido o repasse sob a orientação dos líderes religiosos e reforçou que eles não possuem influência a respeito das decisões do ministério.
"Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado", justificou o ministro.
Áudio foi gravado em reunião com prefeitos e pastores
O áudio foi gravado durante uma reunião de Milton Ribeiro com prefeitos. Além dos gestores municipais, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura também participaram do encontro.
"Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do Gilmar. Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar", disse o ministro da gravação.
Pastores que participaram da reunião têm relações com autoridades em Brasília
Gilmar Santos lidera o Ministério Cristo Para Todos, que uma ramificação existente dentro da Assembleia de Deus, em Goiânia. Já Arilton Moura é presidente do Conselho Político da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil (Conimadb).
Ambos os pastores colecionam aparições no Palácio do Planalto, especialmente com Jair Bolsonaro. A Conimadb, inclusive, um desses encontros dois líderes religiosos com o presidente.
Existem, ainda, registros com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Educação, Milton Ribeiro.
A agenda do ministro alega que esses encontros eram uma espécie de cortesia e também podiam discutir sobre obras.
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