CULTURA
Marisa Monte defende “resistência poética para acalmar os corações“
Cantora se apresenta em João Pessoa nesta quinta-feira (28), com o show “Portas”,
Publicado em 27/04/2022 às 12:19 | Atualizado em 28/04/2022 às 7:02
Marisa Monte descreve sua forma de resistir como poética e feita para acalmar corações A cantora, que se apresenta em João Pessoa, nesta quinta-feira (28), com o show “Portas”, conversou com o JORNAL DA PARAÍBA sobre o disco e momento atual no Brasil e mundo. O show, que já está com os ingressos esgotados, acontece no Teatro A Pedra do Reino, a partir das 21h.
O amor da capital paraibana por Marisa Monte é recíproco.“Gosto muito de ir na Ponta do Seixas, visitar as obras do arquiteto Sérgio Bernardes, que construiu muito na cidade, de andar pela orla, comer tapioca e tomar água de coco na beira mar”.
Resistência poética
“Portas”, álbum lançado em 2021, após o hiato de uma década, traz canções amorosas, leves e solares, contrastando com o contexto do período da pandemia da Covid-19 e a instabilidade política e econômica no Brasil. Marisa Monte explica que quis conectar as pessoas com um senso de esperança.
“Gostaria de conectar as pessoas com esse senso de esperança e com a certeza histórica do progresso e da evolução civilizatória”.
A artista ainda ressalta que seguirá fazendo resistência poética, incentivando os sonhos e a criatividade como motores de transformação social.
“Seguirei fazendo uma resistência poética para acalmar os corações e amplificar a imaginação e a criatividade, um campo onde tudo pode ser imaginado e sonhado. Precisamos poder sonhar com um país melhor para transformar o ideal em real”.
Essa resistência, segundo a cantora, é em busca de um país menos desigual, com mais respeito às minorias, aos povos originários, além da arte, educação e à cultura.
“Desejo um país mais justo, menos desigual, com mais voz para as minorias, mais espaço e escuta para as mulheres, mais respeito e colaboração em prol do bem comum. Gostaria também de mais respeito ao meio ambiente, aos povos originários, a ciência, a arte, a cultura e a educação, uma classe política mais comprometida com o país”.
Parcerias do disco “Portas”
O álbum “Portas” traz colaborações com parceiros históricos, como Arnaldo Antunes, além de encontros da nova geração, como Silva e Chico Brown. Marisa Monte revela que trabalhar em projetos colaborativos nos dez anos que ficou sem lançar trabalhos solos foi importante para manter e renovar parcerias.
“Durante esse período trabalhei muito, em projetos colaborativos. Mantive e renovei minhas parcerias, aprendi convivendo com outros artistas como Paulinho da Viola, Arnaldo, Carlinhos, Arto Lindsay, Seu Jorge, Chico Brown, Silva e Marcelo Camelo. Foi um tempo de manter e ampliar minhas parcerias criando um repertório novo”.
O parceiro mais presente em 'Portas' é Chico Brown. O músico que carrega o nome do avô, Chico Buarque; e o sobrenome artístico do pai, Carlinhos Brown, um grande parceiro de Marisa; assina cinco músicas junto com a cantora no disco.
"Conheço o Chico desde que nasceu, é um encanto da vida poder estar viva para ver ele se tornar meu parceiro. Ele é um assombro, grande músico, compositor multi-instrumentista que acrescentou frescor e destemor aos arranjos".
Já no caso de Silva, um dos fatores de aproximação foi o álbum que ele fez dedicado ao cancioneiro de Marisa Monte. “Eu já acompanhava o trabalho do Silva e o fato dele ter feito um álbum dedicado ao meu cancioneiro nos aproximou e nossas afinidades fizeram com que a gente se tornasse parceiro de uma forma muito natural”.
Comentários