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COTIDIANO

Caso Alph: acusados não são ouvidos em audiência, por estarem foragidos

Na audiência, realizada nesta segunda-feira (30), foram ouvidas testemunhas de defesa e de acusação, e apresentadas as alegações finais da defesa e do MPPB.

Publicado em 30/05/2022 às 18:12


                                        
                                            Caso Alph: acusados não são ouvidos em audiência, por estarem foragidos
Alph Tomaz foi encontrado morto em fevereiro de 2020. Foto: Reprodução/Redes sociais

Os acusados da morte do estudante estudante da UFPB Clayton Tomaz Souza, conhecido como Alph, Selena Samara Gomes da Silva e Abraão Avelino da Fonseca, foram impedidos de serem ouvidos na audiência de instrução que aconteceu nesta segunda-feira (30), de forma virtual. O motivo da decisão é pelo fato deles permanecerem foragidos, levando em conta o posicionamento da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nesta segunda-feira (30), foram ouvidas testemunhas de defesa e de acusação, e apresentadas as alegações finais da defesa e do MPPB. Agora, o caso aguarda a decisão se os acusados serão encaminhados para júri popular.

Esta foi a continuação da audiência, uma vez que a primeira parte foi realizada em 17 de novembro de 2021. Os acusados, que também estavam foragidos na época, estiveram presentes na ocasião anterior por chamada de vídeo.

O MPPB, representado pela promotora Artemise Leal, acredita que as evidências presentes no processo mostram a participação de Selena e Abraão no assassinato de Alph, incluindo sinais de celular próximos ao local onde o corpo da vítima foi encontrado, testemunhas que alegaram terem visto vítima e acusados nos dias que precederam o crime, dentre outras informações.

A defesa

A defesa de Selena pediu a absolvição dela. De acordo com a advogada Sarah Maciel, “a única coisa que tem em seu desfavor é a estação rádio-base, que deu que o celular dela estava nas proximidades de onde o corpo da vítima foi encontrado, mas que no momento oportuno vai ficar claro”.

Já a defesa de Abraão, feita pelo advogado Roberto Paiva de Mesquita Neto, diz que, a partir das testemunhas ouvidas, não há provas que liguem o acusado ao crime. Afirma também que a defesa vai recorrer sobre ele ter sido impedido de passar por interrogatório online. “A defesa entende como cerceamento de defesa e vai recorrer para que seu depoimento seja colhido”.

Relembre o caso

O estudante Clayton Tomaz Souza, conhecido com Alph, foi visto pela última vez no dia 6 de fevereiro de 2020, em João Pessoa. O corpo foi encontrado com marcas de tiros, em uma mata às margens de uma estrada, em Gramame, dois dias depois, em 8 de fevereiro de 2020. Entretanto, ele só veio a ser reconhecido no dia 17 de fevereiro.

Alph era pernambucano, da cidade de Arcoverde, e morava em João Pessoa desde 2014, onde estudava Filosofia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Estudante ativo, integrou o Centro Acadêmico do curso por três anos, assim como o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Conselho Superior Universitário (Consuni) e a comissão da revisão estatutária da UFPB (Estatuinte) pelo CCHLA (Centro de Ciências Humanas Letras e Artes).

O estudante falava sobre perseguições constantes dentro da universidade e chegou a publicar nas redes sociais denúncias sobre a equipe de segurança da UFPB.  A investigação da polícia acerca da morte dele colheu depoimentos e fez a quebra do sigilo telefônico de um dos servidores da guarda da universidade que Alph alegava ter atritos.

A partir de um estudo com relação aos eventos de conexão gerados pelo aparelho celular do vigilante foi visto que, justamente no último dia que a vítima foi vista com vida pelas testemunhas, saindo de sua casa, na companhia de Selena e Abraão, entre 18h e 19h, o segurança se encontrava no Bairro das Indústrias, onde reside. Assim, foi concluído que ele não esteve na região onde a vítima foi vista pela última vez.

Dessa forma, a polícia concluiu que não foi encontrado nenhum indício de conexão que justificasse a continuidade do inquérito nessa linha. A partir de depoimentos, quebra de sigilos telefônicos e exames periciais, as investigações chegaram em Selena Samara Gomes da Silva e em Abraão Avelino da Fonseca.

Conforme a denúncia do Ministério Público, Selena e Abrão levaram a vítima até a comunidade do Aratú, em Mangabeira, local onde Abraão residia, efetuaram um disparo de arma de fogo em Clayton, ocasionando sua morte. Consumado o homicídio, colocaram o cadáver no porta-malas do carro de Selena e o abandonaram em um terreno, próximo à praia de Gramame.

Os dois acusados estão foragidos desde então. Conforme as defesas deles, a motivação da fuga é medo de ameaças.

Imagem

Jornal da Paraíba

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