Por que será que não filmaram a chegada do príncipe de outro planeta a Nova York?

A estreia do filme Elvis, que chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de julho, faz a gente pensar nesse grande cantor do século XX, e, logo, nos ocorre uma data: nesse junho de 2022, fez 50 anos das históricas apresentações de Elvis Presley no Madison Square Garden, em Nova York.

Foram dois shows no Garden. Um à tarde. O outro, à noite. O show da noite foi transformado em disco logo em seguida e é considerado um título muito importante da discografia do artista. O da tarde também virou álbum, anos depois da morte de Elvis.

Em 2012, nos 40 anos dos shows, uma edição comemorativa juntou os dois discos, acrescidos de um curioso material inédito. Um DVD traz o áudio do show da tarde com imagens captadas em 8 milímetros por um espectador, mas apenas em alguns trechos da performance. Estranhamente, os dois shows de Elvis no Garden não foram filmados.

Digo estranhamente porque, em 1972, uma equipe de cinema acompanhava Elvis em sua turnê, material que depois gerou o ótimo documentário Elvis on Tour - no Brasil, Elvis Triunfal. Mais estranho ainda porque, se a conferência de imprensa de Presley em Nova York foi toda filmada, por que não os shows?

Nos últimos anos de vida, Elvis Presley tinha um show pronto. Havia poucas alterações no set list. Com este programa, percorria as cidades americanas, acompanhado de uma banda, uma pequena orquestra e um grupo de vocalistas. Era um grande show, espécie de síntese da trajetória de Elvis, também das mudanças que adotou.

Rock, balada, blues, R & B, country, gospel - ao passar por esses gêneros, Elvis visitava a própria música dos Estados Unidos, bem como as fontes que fizeram dele um poderoso ícone pop. Quando cantou em Nova York, o New York Times chamou Elvis Presley de "príncipe de outro planeta". Traduziu bem a força do Rei do Rock.