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SILVIO OSIAS

Entre verdades e mentiras, o filme Elvis é irresistível extravagância de Baz Luhrmann

Publicado em 15/07/2022 às 10:00


                                        
                                            Entre verdades e mentiras, o filme Elvis é irresistível extravagância de Baz Luhrmann

				
					Entre verdades e mentiras, o filme Elvis é irresistível extravagância de Baz Luhrmann

				
					Entre verdades e mentiras, o filme Elvis é irresistível extravagância de Baz Luhrmann

No leito de um hospital, exausto, Elvis Presley pergunta se será lembrado 20 anos mais tarde. Quase 70 já se passaram desde que, em 1956, a RCA o projetou nacionalmente e, logo depois, internacionalmente. Em agosto próximo, lá se vão 45 anos da sua morte, ao mesmo tempo em que os cinemas do mundo exibem a sua biografia filmada por Baz Luhrmann. Elvis, em cartaz nos cinemas brasileiros, é um filme para os fãs, dizem alguns. Não, não. É para apresentar o artista aos jovens de hoje, dizem outros.

Elvis não era um anjo. Nem um demônio. Seu empresário, Tom Parker, de anjo não tinha nada. Digamos que era um demônio, mas o Elvis que o mundo conhece não seria o que é se o artista não tivesse sido "aprisionado" pelo "coronel" e suas estratégias ilusionistas. Elvis tinha um talento extraordinário, era um grande cantor, dominava o palco como poucos, mas, tantas vezes, é preciso ser muito mais no mercado da música e no mundo do cinema, universos por ele percorridos numa carreira que durou pouco mais de 20 anos.

O filme de Baz Luhrmann conta tudo, mas romantiza a vida de Elvis. E lhe atribui algumas virtudes que talvez ele não tivesse - a sua preocupação, por exemplo, com importantes acontecimentos históricos do seu tempo. Não faz mal. Estamos diante de um filme de ficção que conta uma história real. Cabem, então, licenças poéticas, imprecisões históricas, versões imprecisas de fatos precisos. Não faz mal. Não há demérito algum nisso. Ainda mais, se levarmos em conta que tudo nos é contado pelo olhar do "coronel", um ilusionista de circo.

Como num filme de Quentin Tarantino, Baz Luhrmann usa música de hoje num filme que não conta uma história de hoje. Seria um truque, afirmam alguns críticos, para conquistar os jovens do século XXI. Truque ou não, funciona muito bem. E, se você não for um ouvinte careta de Elvis, o recurso não vai ferir os seus ouvidos. Afinal, é música de preto. A versão contemporânea da mesma música de preto que fascinou o garoto Elvis em sua infância miserável. As fontes que fariam dele um grande artista e intérprete inspirado da alma musical americana.

O filme tem muitos méritos. A performance do ator Austin Butler é um dos maiores. Tem 30 anos. 12 a menos do que Elvis tinha quando morreu, aos 42, em 1977. Nove a mais do que Elvis quando se transformou num fenômeno, aos 21, em 1956. Butler se preparou durante três anos. Voz, dança, expressões fisionômicas, movimentos de corpo, etc. Tudo beira a perfeição. Vê-lo atuando é um deleite. E é importante considerar que, ao seu lado, no papel de Tom Parker, há um gigante do cinema: Tom Hanks, em magnífica atuação.

Elvis tem 160 minutos. É longo, mas não cansa, posto que seu ritmo narrativo é frenético, é explosivo. É marcado pela força da música,  pela exuberância das imagens, pela beleza das cores, pela incrível reconstituição de época e pela impecável reconstrução dos ambientes em que Elvis esteve. A ficção de Luhrmann põe o espectador diante de cenas que parecem reais, a exemplo do especial da NBC, em 1968, dos shows em Las Vegas e das espetaculares performances ao vivo durante a década de 1970, nos últimos anos da vida de Elvis.

Elvis, o artista, provocou inegável ruptura na música popular do seu tempo, sobretudo em sua juventude, em meados da década de 1950. Também foi um cantor - imenso cantor - de voz impostada e antiga. De um jeito ou do outro, um gigantesco artista. Um ícone pop como poucos vistos no século XX. Elvis, o filme, capta muitíssimo bem o que ele foi. Exagera, mente um pouco. Por que não? Mas é impactante e belo. Os trajes indicam que o Elvis do especial de 1968 não é o mesmo de Las Vegas. Qual o meu? Qual o seu? Todos!

Elvis fala também da indústria do disco, do mercado de shows, do controle sobre o genuíno espírito criador dos artistas. Tudo isso aparece na relação entre Elvis e Tom Parker. Relação que foi tão doentia quanto produtiva. O que é verdade, o que é mentira nesse retrato que o cinema nos oferece? O que é puramente ficcional? O que se aproxima enormemente da linguagem documental? Baz Luhrmann vai de um extremo ao outro. Digamos que faz de Elvis, a sua cinebiografia de Elvis Presley, uma irresistível e sedutora extravagância.

Imagem ilustrativa da imagem Entre verdades e mentiras, o filme Elvis é irresistível extravagância de Baz Luhrmann

Silvio Osias

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