ESPORTES
Ninão inicia carreira de paratleta do vôlei sentado sete meses após amputação da perna
Paraibano que é o homem mais alto do Brasil, com 2,37 metros de altura, assinou contrato por dois anos com o clube Paulistano. O primeiro treino aconteceu na última segunda-feira, em São Paulo.
Publicado em 26/07/2022 às 14:01
O paraibano Joelison Fernandes da Silva, mais conhecido como Ninão, tem a oportunidade de realizar um desejo de infância, que é de ser atleta, sete meses após a cirurgia de amputação de sua perna direita. O homem mais alto do Brasil, com 2,37 metros de altura, iniciou na última segunda-feira os treinos com o time de vôlei sentado do clube Paulistano.
Passar por uma amputação é um momento difícil na vida de qualquer pessoa, para Ninão, apenas sete meses após a cirurgia, a mudança foi ainda maior e de forma inesperada. Um dos jogadores do clube Paulistano o seguia nas redes sociais e, quando ficou sabendo da necessidade da cirurgia, avisou ao técnico do clube, que passou a acompanhar a situação.
Ninão nunca jogou vôlei profissionalmente, praticava a modalidade quando era criança, gostava bastante, mas teve que parar por conta dos problemas de locomoção que apareceram devido à sua altura. Agora, após a cirurgia, por causa de uma osteomielite, ele tem a oportunidade de voltar a jogar, e em um dos clubes mais tradicionais do Brasil.
"Eu praticava o esporte na minha infância, tinha muita vontade de continuar jogando, mas nunca tive a oportunidade. Agora, Deus está me proporcionando. Tudo no tempo de Deus, não é isso?'", disse Ninão.
Ninão está em São Paulo e fez seu primeiro treino com o time do Paulistano na última segunda-feira. Ele fechou contrato com o clube por dois anos. O paratleta está em fase de adaptação, mas, segundo Fernando Guimarães, técnico da equipe, já foi possível foi observar que ele tem uma boa coordenação com a bola nas mãos.
"Entramos em contato através da Confederação e o convidamos para integrar a equipe do Paulistano. A diretoria do clube se empolgou, ele veio e ainda está em fase de adaptação. Foi a primeira vez dele jogando. Estamos muito felizes, foi uma surpresa ver que ele é muito coordenado, tem movimentação de braço e toque", afirmou o técnico.
Fernando Guimarães, além de técnico do Paulistano, também comanda a Seleção Brasileira de vôlei sentado. Para ele, Ninão foi um “achado”, como se fosse um “diamante bruto”, por isso já é possível vislumbrar o paratleta integrando a equipe da seleção.
"Ele aprende muito rápido, fez apenas um treino, foi muito interessante de ver. Nos dá um ânimo e uma esperança muito grande, porque ele pode ser um divisor de águas para uma Paralimpíada de 2024, em Paris", pontuou.
Neste período em São Paulo Ninão será acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais, que o auxiliarão na adaptação à nova rotina, e também a sua nova prótese.
A chegada dele também foi bastante comemorada pelos seus colegas de time. O jogador Renato Leite usou suas redes sociais para dar as boas vindas a Ninão.
O paratleta está animado com a nova fase de sua vida, que é também a realização de um sonho de infância.
"A expectativa é muito grande. A pesar das dificuldades de locomoção, por conta da prótese que deu um problema, mais a experiência é muito boa. A equipe muito top, pessoas do bem, do coração de ouro", finalizou Ninão.
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