Entidades questionam homenagem a acusado por morte de Margarida Maria Alves

Acusado de ser um dos mandante da morte Margarida Maria Alves, José Buarque de Gusmão Neto, conhecido como Zito Buarque, vai ser homenageado com um nome de rua, em Campina Grande. O projeto de lei, autoria do vereador Waldeny Santana (União Brasil), foi aprovado pela câmara municipal da cidade na última terça-feira (23). Apenas a vereadora Jô Oliveira (PCdoB) votou contrária ao projeto. Entidades, políticos e sociedade civil repudiaram a ação nas redes sociais (confira abaixo). Zito Buarque foi absolvido da acusação. 

O vereador Waldeny, autor do texto, justifica a homenagem pelo fato de o empresário ter sido um destacado dirigente do Campinense Clube, tendo exercido a vice-presidência e a diretoria de futebol do time. Zito Buarque faleceu em 2019.

Conhecida por sua forte atuação sindical, Margarida Maria Alves foi assassinada com um tiro no rosto, na porta de sua casa e na frente do filho, no dia 12 de agosto de 1983.  Na época em que foi morta, Margarida denunciava  ao Ministério do Trabalho uma usina de propriedade de Zito. A usina foi acusada de abusos contra canavieiros e o descumprimento da legislação trabalhista.  No julgamento, Zito Buarque foi absolvido e afirmou que não teve nenhum desentendimento com a líder 

• Dia dos Defensores dos Direitos Humanos é criado em alusão a Margarida Maria Alves
• Margarida Maria Alves pode ser a primeira santa paraibana pela Igreja Ortodoxa; entenda
• Filho de Margarida Maria Alves receberá indenização de R$ 431 mil, decide TRF-5

Dos cinco acusados de serem os mandantes do crime, apenas dois foram julgados e igualmente absolvidos: Antônio Carlos Coutinho e José Buarque de Gusmão Neto (Zito). Outros dois permanecem foragidos, os irmãos Amaro e Amauri José do Rego. Já Agnaldo Veloso Borges faleceu sem ser julgado.

Nas redes sociais, entidades, políticos e sociedade civil se manifestaram contra a ação, publicando notas de repúdio em suas redes sociais, como é o caso da Fundação Margarida Maria Alves e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Uma petição pública também foi criada para pedir a revogação do projeto.

https://www.instagram.com/p/ChprYGzrdXk/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D

https://www.instagram.com/p/ChsB4k2pR_6/