Urnas mostraram que estratégia de Pedro, de posição moderada quanto a 'Lula x Bolsonaro', funcionou

O candidato Pedro Cunha Lima (PSDB) ainda não anunciou qual será a sua posição sobre a disputa presidencial no segundo turno. Na primeira etapa do pleito ele optou por uma posição moderada. Apoiou a candidatura de Simone Tebet (MDB), mas manteve as portas abertas para Ciro Gomes (PDT) e permaneceu distante da polarização 'Lula x Bolsonaro'.

As urnas, no primeiro turno, mostraram que a estratégia funcionou.

Pedro chegou ao segundo turno e conseguiu arregimentar apoios de diferentes polos ideológicos.

Embora não exista ainda uma definição sobre os rumos que serão adotados para o segundo turno, a tendência defendida por muitos aliados é de tentar manter uma postura distante da polarização.

Ontem, durante entrevista ao JPB1, o senador eleito pelo grupo, Efraim Filho (União), deu sinais de que esse deverá ser o entendimento.

"Acredito que a linha de Pedro será manter o que ele vem traçando como perfil até agora. Alguém que está disposto a dialogar pela Paraíba", discorreu Efraim.

Um anúncio de apoio a Lula (PT) é hoje quase impensável para o tucano. Já um alinhamento com o presidente Bolsonaro (PL) não é recomendável. E por uma questão numérica: o ex-presidente Lula recebeu 64,21% dos votos dos paraibanos, enquanto o presidente obteve 29,62%.

O tucano buscará o apoio dos outros candidatos que disputaram o Governo, Nilvan Ferreira (PL) e Veneziano Vital (MDB).

No caso de Nilvan, a incorporação de seu eleitorado à campanha tucana é dada como certa. Há uma resistência natural dessa fatia do eleitorado em votar em João Azevêdo (PSB).

Já com relação a Veneziano, boa parte do eleitorado do emedebista deverá optar por João e a construção de uma aliança formal com Cunha Lima depende de uma articulação capaz de quebrar as arestas entre os dois grupos em Campina Grande.

Com um discurso voltado para as discussões do Estado, Pedro deve seguir a linha da primeira etapa do pleito. Olhando para os dois lados e para o recado deixado pelas urnas no último domingo.