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DORT: veja sintomas, prevenção e tratamento
Ortopedista Sérgio Paredes explica principais doenças que se enquadram no DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), sintomas e tratamento.
Publicado em 29/04/2023 às 12:05
Os Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (DORT) abrangem lesões de tendões, músculos, articulações e nervos, que podem ser ocasionadas por esforços repetitivos e sobrecargas no ambiente de trabalho. Eles também podem ser resultado de uma mesma postura mantida por longas jornadas trabalhistas.
O ortopedista Sérgio Paredes afirma que as doenças que se encaixam no DORT estão relacionadas muitas vezes a falta de um tratamento inicial. “O tratamento vai se retardando e você termina adquirindo uma patologia crônica de mais difícil controle”, explica.
Principais Distúrbios Osteomuscular Relacionados ao Trabalho
- Bursite
- Tendinites, principalmente de bíceps e região do ombro
- Inflamação dos tendões na região do punho e mão
- Compressões neurológicas, que seriam a síndrome do túnel do carpo e Epicondilite Lateral do Cotovelo, a luxação do cotovelo.
Sintomas de DORT
Os principais sintomas nos pacientes portadores de DORT são dor, formigamento, dormência, sensação de agulhadas, pontadas em regiões específicas ou irradiadas e a diminuição de força.
“Quando o paciente adquire um quadro de dor crônica, muitas vezes ele vai perceber que a sua capacidade de força diminui”, explica o ortopedista.
O trabalhador também pode ter edemas, inflamações nas articulações e dificuldade para realizar tarefas que costumava executar com facilidade.
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O ortopedista explica que o diagnóstico das doenças músculo esqueléticas que estão relacionadas ao trabalho é feito através da história clínica do paciente (o que sente, por quanto tempo e quais tratamentos já foram realizados) e exames complementares, que podem ser radiografias, ultrassonografias, eletroneuromiografias e em casos especiais ressonâncias magnéticas.
Diferença entre DORT e LER
De acordo com o ortopedista Sérgio Paredes, a principal diferença é que DORT representa um grupo de doenças músculo esqueléticas causadas por atividades contínuas e repetitivas dentro do ambiente de trabalho.
As lesões por esforços repetitivos (LER) estão dentro das doenças osteomusculares, mas para se enquadrar em DORT não precisa obrigatoriamente existir uma lesão estrutural.
Estágios da DORT
A partir do momento em que o trabalhador começa a perceber os sintomas, ele já está inserido em algum quadro de DORT.
A fase um ou dor aguda, é onde o controle e o tratamento vão ser mais fáceis. A partir do momento em que as medicações só aliviam, mas o problema não é tratado corretamente, ele não vai, simplesmente, sumir. Então começa a fase dois ou de dor persistente.
A partir de três meses, tem início a fase da dor crônica. Nesse estágio o tratamento é realizado com mais dificuldade porque envolve problemas na articulação e também podem desenvolver problemas neurológicos associados com quadros de ansiedade e depressão.
Causas e tratamento
As principais causas da DORT são principalmente a não interrupção dos fluxos contínuos e prolongados da atividade profissional. O ortopedista Sérgio Paredes explica que quando o trabalhador tem algum histórico de patologia é importante, a cada uma hora e meia ou duas horas, fazer pequenas pausas para se alongar e se movimentar, diminuindo o processo de tensão em cima daquelas articulações.
Além das pausas durante as horas trabalhadas, outra forma de prevenção para evitar os distúrbios osteomusculares são: ajustar a altura da mobília de trabalho, ter apoios adequados para as costas, ajustar a altura do monitor, usar mousepads.
Para cuidar de uma doença já instalada, o ortopedista recomenda o repouso da articulação acometida, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos. “Dependendo do caso, iniciar uma fisioterapia para auxiliar na diminuição da dor”, afirma Paredes. No entanto, é fundamental não se automedicar e procurar um profissional.
O ortopedista Sérgio Paredes afirma que quanto mais cedo for iniciado o tratamento, melhores são os resultados, mas para ela a prevenção é essencial. “O melhor tratamento para DORT é evitar ela”, aconselha Sérgio Paredes.
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