ECONOMIA
Taxa de importação de compras internacionais até US$ 50: entenda cobrança
Taxa de importação de compras internacionais até US$ 50 (equivalente a cerca de R$ 260) vai ser votada pelo Senado.
Publicado em 01/08/2024 às 11:10
A taxa de importação de compras internacionais até US$ 50 (equivalente a cerca de R$ 260) foi sancionada pelo presidente Lula (PT) no dia 27 de junho. A medida atinge sites estrangeiros como Shopee, Shein e AliExpress e e já está em vigor, mas não incidirá sobre medicamentos.
A introdução dessa cobrança foi negociada entre o Congresso, que se mostrava contra aumentar a carga tributária, e a área econômica do governo, que é a favor. Veja o que se sabe e o que envolve o debate.
Projeto de lei
A taxação de compras internacionais até US$ 50 faz parte do Projeto de Lei (PL) 914/24, que chegou ao Senado no dia 29 de maio, um dia depois de ter sido aprovado pela Câmara dos Deputados.
Originalmente, o PL trata do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), destinado ao desenvolvimento de tecnologias para produção de veículos que emitam menos gases de efeito estufa. A taxação das compras internacionais foi incluída no PL por decisão do deputado Átila Lira (PP-PI), relator da matéria.
Assim que chegou ao Senado, o líder do Governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), requereu que a tramitação fosse em regime de urgência, o que apressou a votação.
O que muda com a taxa de importação de compras internacionais até US$ 50
A taxa de importação aprovada pelos deputados determina que compras internacionais de até US$ 50 passarão a ter a cobrança do Imposto de Importação (II), com alíquota de 20%.
Compras dentro desse limite são muito comuns em sites de varejistas estrangeiros, notadamente do Sudeste Asiático, como Shopee, AliExpress e Shein.
Essas plataformas são chamadas de market place, ou seja, uma grande vitrine de produtos de terceiros, e os preços costumam ser bem mais baratos que os de fabricantes brasileiros.
A cobrança tratada pela lei sanciona por Lula é um tributo federal. Fora isso, as compras dentro desse limite de US$ 50 recebem alíquota de 17% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um encargo estadual.
Dessa forma, o consumidor que comprar um produto de R$ 100 (já incluídos frete e seguro) terá que pagar a alíquota do Imposto de Importação mais o ICMS, o que levaria o preço final para R$ 140,40.
Pelo PL, cobranças acima de US$ 50 e até US$ 3 mil terão alíquota de 60% com desconto de US$ 20 (cerca de R$ 100) do tributo a pagar.
Como era a taxa de importação
O debate sobre a taxa de importação se iniciou em abril de 2023. Seria uma forma de o governo impedir que empresas burlassem a Receita Federal, isso porque remessas entre pessoas físicas até US$ 50, sem fins comerciais, não eram tributadas, e empresas estariam fazendo vendas como se fossem envios de pessoas físicas.
Além disso, varejistas brasileiras pediam por alguma forma de cobrança desses produtos estrangeiros, alegando concorrência desleal.
O anúncio da cobrança atraiu reações contrárias. Dessa forma, o governo criou o programa Remessa Conforme, que passou a valer em 1º de agosto de 2023. Empresas que aderiram à regulamentação ficaram isentas de cobrança de imposto em produtos até US$ 50, desde que obedecessem a uma série de normas, como dar transparência sobre a origem do produto, dados do remetente e discriminação de cobranças, como o ICMS e frete, para o consumidor saber exatamente quanto estava pagando em cada um desses itens.
Um dos efeitos do programa, que teve a anuência das principais empresas de market place, é que as entregas ficaram mais rápidas, pois a fiscalização da Receita Federal ficou mais fácil com as informações fornecidas pelas empresas.
Itens entre US$ 50 e US$ 3 mil continuaram com alíquota de 60%. Acima desse valor, a importação é proibida pelos Correios e por transportadoras privadas.
Confira as atualizações sobre impostos sobre importados na sessão de economia do Jornal da Paraíba.
*Com informações da Agência Brasil
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