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CONVERSA POLÍTICA

Dois ex-prefeitos da Paraíba são condenados por desvio de verbas para construção de banheiros

As condenações são resultado da Operação Recidiva, com penas de reclusão e reparação do dano ao erário.

Publicado em 20/04/2023 às 11:16


                                        
                                            Dois ex-prefeitos da Paraíba são condenados por desvio de verbas para construção de banheiros

A 14ª Vara da Justiça Federal na Paraíba condenou dois ex-prefeitos de Catingueira, no Sertão da Paraíba, além de um engenheiro e um empresário, a penas de reclusão e reparação de dano ao erário. A decisão é mais uma no âmbito da Operação Recidiva.

Eles foram condenados por desvio de verbas de convênio com a Fundação Nacional da Saúde, que tinham previsão de repasse de R$ 430,5 mil. Os recursos seriam destinados para construção de 44 banheiros em diversas comunidades rurais do município sertanejo.

De acordo com denúncia do MPF, em 2016, o então prefeito de Catingueira, Albino Félix de Sousa Neto, que é sobrinho do ex-prefeito Edivan Félix, autorizou pagamentos à empresa, com base em boletins de medição falsos, assinados pelo engenheiro, responsável pela fiscalização da obra.

A partir de diálogos encontrados em celular apreendido durante a Operação Recidiva foram constatados pagamentos vultosos para o ex-prefeito Edivan Félix e que apenas entre 4,76% e 5% da obra foram de fato executados, e nenhum banheiro foi concluído.

Para o MPF, os diálogos mantidos entre o engenheiro fiscal da obra e o proprietário da construtora evidenciam um dos principais modos de como são desviados recursos públicos:

A empresa de fachada não executa a obra, recebe um percentual e repassa ao gestor para que ele próprio - ou um terceiro de sua confiança – execute os serviços”, diz o MPF.

No caso dos 44 banheiros nas comunidades rurais de Catingueira, o gestor de fato era o ex-prefeito José Edivan Félix, o qual, conforme a denúncia, “embolsou os recursos da obra federal e nem ao menos se preocupou de executar por meio de terceiros ou se utilizando da estrutura da Prefeitura de Catingueira”, fato devidamente evidenciado em laudos técnicos dos corpos técnicos da Funasa e do MPF.

Penas

De acordo com informações da assessoria do MPF, além da reparação do dano ao erário, para cada um, no valor de R$ 52.046,47 (R$ 23.944,77 da primeira medição e R$ 28.101,70 da segunda medição), os quatro foram condenados a cumprir as seguintes penas de reclusão: Albino Félix - 5 anos e 9 meses; Sérgio Pessoa - 4 anos e 6 meses; José Vieira Maciel - 3 anos e 9 meses de reclusão; e José Edivan Félix - 4 anos e 6 meses. Todos recorrem da decisão em liberdade.

Imagem ilustrativa da imagem Dois ex-prefeitos da Paraíba são condenados por desvio de verbas para construção de banheiros

Angélica Nunes Laerte Cerqueira

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