CONVERSA POLÍTICA
Igualdade salarial entre homens e mulheres passa no Senado e segue para sanção de Lula
A igualdade salarial foi um das promessas de campanha de Lula nas eleições do ano passado. O texto foi protocolado pelo governo em março.
Publicado em 01/06/2023 às 15:23
O Senado aprovou nesta quinta-feira (1º), em votação simbólica (sem contagem de votos), o projeto de lei que prevê igualdade salarial entre homens e mulheres em caso de trabalho igual ou exercício da mesma função. Com a aprovação, o texto seguirá para sanção do presidente Lula (PT).
A igualdade salarial foi um das promessas de campanha de Lula nas eleições do ano passado. O texto foi protocolado pelo governo em março.
Levantamento da consultoria IDados, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que as mulheres ganham cerca de 20% menos do que os homens no Brasil, mesmo com o mesmo perfil de escolaridade, idade e categoria de ocupação.
A proposta foi aprovada na Câmara Federal com voto contrário do deputado Cabo Gilberto (PL). O bolsonarista argumentou que o projeto "cria meios de coação e a ameaça ao empregador”. Na época, a Rede Estadual de Atenção às Mulheres Vítimas de Violências (Reamcav) reagiu ao voto contrário dele ao projeto.
Mudança na CLT
Na teoria, a diferença salarial entre homens e mulheres já é proibida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na prática, no entanto, muitas vezes essa exigência legal não é cumprida.
O Capítulo III da CLT, que trata da Proteção do Trabalho da Mulher, define que "os preceitos que regulam o trabalho masculino são aplicáveis ao trabalho feminino".
Além disso, o Artigo 373-A da CLT estabelece que é proibido, por exemplo:
"considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional";
"recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravide".
A proposta altera a CLT para definir que a igualdade salarial será obrigatória. Para isso, estabelece mecanismos de transparência e de remuneração a serem seguidos pelas empresas, determina o aumento da fiscalização e prevê a aplicação de sanções administrativas.
Ainda de acordo com o texto, empresas com 100 ou mais empregados terão que fornecer informações que comprovem o cumprimento da nova norma, também sob pena de multa em caso de descumprimento.
Comentários