CONVERSA POLÍTICA
Prefeito de Serraria é alvo de ação por suposto crime de nepotismo
O gestor é acusado de ter nomeado a filha, Pamella Gabrielly Ribeiro de Freitas Silva, como secretária Municipal de Assistência Social, em 2020, quando ele tinha apenas 18 anos e não possuía qualificação técnica necessária.
Publicado em 14/11/2023 às 16:16
O Ministério Público da Paraíba ajuizou uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o prefeito de Serraria, Petrônio de Freitas Solva, em razão de nepotismo. O gestor é acusado de ter nomeado a filha, Pamella Gabrielly Ribeiro de Freitas Silva, como secretária Municipal de Assistência Social, em 2020, quando ele tinha apenas 18 anos e não possuía qualificação técnica necessária.
De acordo com o autor da ação, o 1º Promotor de Justiça de Bananeiras, Ítalo Mácio de Oliveira Sousa, a nomeação afronta a Lei Orgânica do Município, que prevê que os secretários do Município, auxiliares diretos e de confiança do Prefeito, devem ser maiores de 21 anos.
Na ação civil é destacado que, embora os cargos comissionados sejam de livre nomeação e exoneração, regras e princípios constitucionais devem ser observados a fim de se evitar provimentos arbitrários em prejuízo do desenvolvimento da atividade administrativa.
Além disso, destaca o promotor de Justiça, o Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou a nomeação de parentes para cargos políticos. Entretanto, é preciso que o agente nomeado apresente qualificação técnica para desempenho das funções do cargo e idoneidade moral.
“No presente caso, tem-se que o demandado nomeou a própria filha para exercer o cargo de Secretária de Assistência Social, sendo que ela não possuía a mínima qualificação técnica e experiência profissional necessárias para assumir as atribuições da pasta. Embora ela fosse estudante do curso de Odontologia, na época da nomeação ainda estava iniciando a formação acadêmica e não tinha nenhuma expertise na área de assistência social”, complementa o promotor.
Secretária ouvida
Também é apontado na ação civil que a filha do prefeito foi ouvida em audiência pelo Ministério Público e não foi capaz de discorrer a respeito de suas atribuições, quais projetos e ações foram desenvolvidos no âmbito da Secretaria, embora devesse estar à frente dos trabalhos.
Além disso, ela mostrou desconhecimento acerca do corpo de servidores vinculados à Secretaria (quantidade de funcionários, local de atuação dos assistentes sociais), da Lei de Assistência Social, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o respectivo censo.
“Além da tenra idade ao tempo da nomeação, a inequívoca inaptidão e inexperiência da filha do gestor municipal para atuar como Secretária Municipal de Assistência Social evidenciou a violação frontal a mandamentos elementares previstos na Carta Magna, não havendo dúvidas que a escolha para o cargo de natureza política deu-se apenas por força do laço sanguíneo entre o gestor e a nomeada (pai e filha)”, concluiu o promotor.
O Conversa Política entrou em contato com o prefeito Petrônio de Freitas e, através da sua defesa, ele negou que a nomeação da filha tenha sido prática de nepotismo, uma vez que está amparada na Sumula do STF.
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