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ECONOMIA

Quem é Antônio Neto Ais, fundador da Braiscompany preso na Argentina

Antônio Neto Ais se identifica como formado em direito e, junto a esposa, criou a Braiscompany, empresa apontada como esquema de pirâmide financeira envolvendo criptoativos.

Publicado em 01/03/2024 às 9:51


                                        
                                            Quem é Antônio Neto Ais, fundador da Braiscompany preso na Argentina
Antônio Neto Ais Foto: Camila Ferreira/Arquivo Braiscompany

Antônio Neto Ais. Esse é o nome como ficou conhecido o fundador da Braiscompany, Antônio Inácio da Silva Neto, preso nesta quinta-feira (29) na Argentina, após passar mais de um ano foragido junto com a esposa, Fabrícia Farias Campos, ambos condenados por uma série de crimes contra o sistema financeiro. O casal aplicou um golpe milionário envolvendo criptoativos, no esquema de pirâmide financeira investigado pela Operação Halving, da Polícia Federal.

Quem é Antônio Ais?

No LinkedIn, Antônio afirmava ter formação superior em direito pela Universidade de Fortaleza, no Ceará, com atuação em um escritório de advocacia em João Pessoa. O golpista nasceu em Cuité, no Curimataú paraibano, mas ficou conhecido em todo o Brasil após fundar a Braiscompany, em Campina Grande, em 2018. 

Foi com a fundação da empresa que Antônio Neto passou a ser conhecido como Antônio Ais, uma abreviação do seu nome: Antônio Inácio da Silva. O golpe financeiro funcionava com a promessa, aos clientes da empresa, de rendimentos mensais entre 3% a 10%, envolvendo criptomoedas. 

O casal Braiscompany


				
					Quem é Antônio Neto Ais, fundador da Braiscompany preso na Argentina
Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, sócios da Braiscompany. Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, sócios da Braiscompany

Antônio atribuía parte do sucesso nos investimentos — revelados pela polícia como fraude contra o sistema financeiro — à união de sua vida profissional e pessoal, uma vez que sua esposa, Fabrícia Ais, era a “gestora e presidente do Conselho Administrativo da Braiscompany”. 

Nas redes sociais, o casal mostrava uma vida de alto padrão, com registros em carros de luxo, aviões privados, viagens em locações internacionais badaladas e ao lado de astros do futebol e celebridades da música.

Ascensão e queda da Braiscompany

A Braiscompany, do mesmo jeito que teve uma ascensão meteórica, também teve uma queda brusca. Em poucos anos de funcionamento, a empresa do casal promoveu ações de marketing para divulgar o esquema, fantasiado de investimento. O casal apostou em ações de publicidade com jogos de futebol com estrelas e até em eventos culturais.

Em 2022, a empresa patrocinou parte do São João de Campina Grande, oferecendo, inclusive, um camarote recheado de opções e com visita de celebridades durante os 31 dias de festa. Porém, no fim do mesmo ano, os primeiros relatos de que todo o funcionamento da Braiscompany era um golpe começaram a surgir. 

No ano seguinte, houve a primeira fase da Operação Halving, com busca e apreensão na sede e nas filiais da empresa, e também com a determinação da prisão do casal Ais e de gerentes e operadores da empresa. 

Foi então que Antônio e Fabrícia passaram a ser foragidos da Justiça. Ao longo deste ano, o casal passou por várias cidades da Argentina. Enquanto o processo se desenrolava e até mesmo durante a condenação pela Justiça, o casal chegou a passar por Palermo, San Fernando, Nordelta, e La Plata, até serem presos em Escobar.

Condenação do casal Braiscompany


				
					Quem é Antônio Neto Ais, fundador da Braiscompany preso na Argentina
Antônio Ais durante prisão na Argentina. Foto: TV Paraíba/Reprodução. Antônio Ais durante prisão na Argentina. Foto: TV Paraíba/Reprodução

O casal foi inocentado do crime de assessor de investimento sem autorização, mas condenados por uma série de outros crimes.

Antônio Neto Ais foi condenado a 88 anos, 7 meses e 13 dias de prisão pelos crimes de operar instituição financeira sem autorização; emissão, oferecimento ou negociação irregular de títulos ou valores mobiliários; gestão fraudulenta; apropriação indébita financeira; lavagem de dinheiro; organização criminosa; e obstrução da justiça em crimes de organização criminosa. 

Já Fabrícia foi condenada a 15 anos, 6 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de operar instituição financeira sem autorização; emissão, oferecimento ou negociação irregular de títulos ou valores mobiliários; gestão fraudulenta; apropriação indébita financeira; lavagem de capitais e organização criminosa. 

Imagem

Redação Jornal da Paraíba

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