COTIDIANO
Operação prende diretor de unidade prisional no Sertão da PB e desarticula grupo suspeito de liberação irregular de presos
Grupo criminoso alegava doenças sem justificativa ou com documentação falsa para conseguir a liberação temporária ou definitiva de presos, segundo a polícia. Durante a operação, um advogado também foi preso.
Publicado em 25/04/2024 às 16:33 | Atualizado em 25/04/2024 às 17:15
Um diretor de uma unidade prisional da cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, foi preso em uma operação conjunta deflagrada nesta quinta-feira (25), que investiga um suposto esquema de corrupção no sistema prisional do estado. Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que uma organização criminosa liberou detentos, que são membros de facções, de forma ilegal, fraudando procedimentos administrativos.
As fraudes administrativas consistiam, segundo as investigações, na alegação por parte do grupo criminoso de doenças sem justificativa dos presos ou documentação falsa para conseguir a liberação temporária ou definitiva. Os suspeitos também conseguiam reduções fraudulentas de penas, baseadas em atividades educacionais e de trabalho supostamente realizadas pelos apenados.
Conforme a polícia, há a suspeita de que essas atividades usadas como justificativa não tenham acontecido ou tenham sido notificadas de forma exagerada em registros prisionais. Dessa forma, os processos de progressão de regime eram acelerados indevidamente, resultando na liberdade e também em outros benefícios para os detentos.Cinco mandados de busca e apreensão foram expedidos para Cajazeiras, São José de Piranhas e Marizópolis.
O diretor do presídio de Cajazeiras foi identificado como Tales Almeida. A defesa do investigado afirmou à TV Paraíba que não devem se manifestar publicamente porque não tiveram acesso aos autos do processo.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP-PB) informou que após receber informações sobre possíveis irregularidades no presídio de Cajazeiras, iniciou uma apuração preliminar e comunicou o Ministério Público e a Polícia Civil sobre o caso. Garantiu também que o diretor preso foi exonerado e será substituído por um interino.
Durante a operação, o advogado Ênio Alves também foi preso. Em nota, a OAB-PB afirmou que tomou conhecimento do caso e designou um advogado para acompanhar o suspeito. A defesa do advogado afirmou que também não vai se pronunciar sobre o caso porque não teve acesso aos detalhes da investigação.
Ao todo, 70 agentes foram mobilizados para a operação. Cerca de 22 integrantes do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO-PB), 26 da Polícia Civil e 16 da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP-PB) e ainda apoio da Polícia Militar da Paraíba.
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