CONVERSA POLÍTICA
Após acordo, Efraim apresenta novo projeto da desoneração da folha
Expectativa do senador Efraim Filho é que o texto seja votado na próximo terça-feira (16).
Publicado em 16/05/2024 às 15:02 | Atualizado em 16/05/2024 às 15:27
Depois de um acordo entre o governo Lula (PT) e o Congresso, o senador Efraim Filho (União) apresentou um novo projeto relacionado à desoneração da folha de pagamentos.
A expectativa de Efraim é que a matéria seja votada na próxima terça-feira (21) no Senado. O compromisso foi acordado com o líder do governo no Congresso, o senador Randolfo Rodrigues (sem partido).
O relator já foi definido. Será o senador Jacques Wagner (PT), líder do governo.
Desoneração
O novo texto mantém a desoneração folha de pagamento para os 17 setores - de 20% para o equivalente de 1% a 4,5% da receita bruta - para este ano, e prevê um regime de transição para a reoneração a partir de 2025 até 2027, da seguinte forma:
- alíquota de 5% sobre a folha de pagamento em 2025;
- alíquota de 10% sobre a folha de pagamento em 2026; e
- alíquota de 15% sobre a folha de pagamento em 2027.
Durante o período de transição, as empresas não precisam pagar impostos sobre a folha do 13º salário. Os três anos resultaram em um impacto de R$ 19,51 bilhões aos cofres públicos.
Já em 2028 será retomada completamente a oneração da folha, como disposto em lei anterior, com alíquota de 20%.
Entre os setores beneficiados pela mudança estão:
industrial: couro, calçados, confecções, têxtil, proteína animal, máquinas e equipamentos
serviços: tecnologia da informação, tecnologia da informação e comunicação, call center e comunicação
transportes: rodoviário de cargas, rodoviário de passageiros urbano e metroferroviário
construção: construção civil e pesada
Guerra entre poderes
A questão da desoneração da folha é alvo de ação no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentada pelo governo Lula. Com a decisão liminar do ministro Cristiano Zanin, os impostos da folha de pagamentos devem ser retomados a partir de segunda-feira (20).
Nesse meio tempo, governo e Congresso chegaram a um acordo em relação aos setores. O texto é o que está disposto no novo projeto de Efraim.
O senador manifestou preocupação que o texto seja aprovado rapidamente no Senado e na Câmara para evitar o fim da desoneração ainda em maio.
“Em virtude da última decisão do Supremo Tribunal Federal, se tem um certo limbo e insegurança jurídica a respeito do prazo do dia 20 de maio. Um prazo que tem espremido as decisões de quem empreende e tem que pagar seu imposto, de quem trabalha, porque está ali ameaçado por um aviso prévio ou uma lista de demissão que pode acontecer, e o próprio governo, que precisa definir as bases para sua arrecadação”, disse.
Para evitar o impasse, o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, enviou um pedido ao STF para que seja suspenso o efeito da medida liminar (provisória) que determinava o fim da desoneração.
Questão dos municípios
Em relação à desoneração da folha para municípios com até 156 mil habitantes ainda não acordo com o governo.
Esta semana, representantes dos municípios se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e das relações Institucionais, Alexandre Padilha, para uma rodada de negociações.
A expectativa é que um termo seja definido na próxima semana, como parte da programação da Marcha dos Prefeitos, em Brasília.
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