VIDA URBANA
Com prédios sem vagas para carros, moradores precisam guardar veículos em outros locais
Devido ao problema, moradores de condomínios verticais buscam alternativas para a falta de espaço para estacionamento.
Publicado em 07/06/2015 às 8:00 | Atualizado em 08/02/2024 às 16:55
Um dos problemas mais comuns em condomínios verticais, o uso indevido da vaga da garagem é sempre o assunto mais debatido em assembleias de condôminos e até motivo de intriga entre vizinhos. Como grande parte dos empreendimentos desse gênero em Campina Grande disponibiliza apenas uma vaga para cada apartamento, a saída para quem possui dois ou mais veículos é estacioná-lo na rua, ou procurar um local privado para alugar e guardar seu carro com segurança.
Quem conviveu há bastante tempo com a preocupação de ter que encontrar um local para guardar o carro fora do edifício onde mora foi a aposentada Carmem Brito Lira. Como ela e a filha possuíam um carro cada, a solução foi estacionar um deles em frente ao prédio onde mora no Centro da cidade, e ter que confiar que todos os dias quando acordasse o veículo estaria no mesmo lugar e sem nenhum dano.
“Passei vários anos fazendo isso. Guardava um carro na garagem e deixava o outro na frente do prédio. Eu nunca sabia se no outro dia o carro estaria lá, ou se ia estar amassado, arranhado, com tentativa de arrombamento. Como não podia guardá-lo em outra vaga no prédio mesmo que não estivesse ocupada, a solução que tínhamos era essa. Só resolvi esse problema quando decidi vender um dos carros, caso contrário, até hoje seria do mesmo jeito”, afirmou dona Carmem.
Íris Silva, responsável pela administração de um condomínio em Campina Grande, explicou que situações como a de dona Carmem são bastante comuns. Ela explicou que como é preciso respeitar o regimento e a convenção de cada empreendimento, não se pode desvincular a vaga da garagem de um apartamento, mesmo se o proprietário de um deles não possuir um veículo.
Íris afirmou que as reclamações são constantes, mas que em todos os momentos é preciso utilizar o bom senso.
“A utilização da vaga da garagem por uma pessoa diferente do proprietário do imóvel só é possível se o dono assinar um documento cedendo por um determinado tempo o uso do local por outra pessoa. Só o simples fato de um morador não possuir um carro, não autoriza outra pessoa a chegar e utilizar aquela vaga. Por isso que é necessário o respeito”, disse a administradora de um prédio com 60 apartamentos, 60 vagas na garagem, mas que segundo ela a metade dos moradores possui pelo menos dois carros.
Para não correr o mesmo risco de dona Carmem Brito Lira, que deixava seu carro na rua, o funcionário público José Alencar encontrou uma saída mais segura para guardar o veículo de sua filha, mas não mais barata.
Como próximo a sua moradia há um estacionamento privado, ele resolveu pagar para todas as noites guardar o carro no local, e assim ter mais segurança.
“A saída foi pagar o aluguel em um estacionamento. Eu já cheguei a alugar uma garagem no prédio onde eu moro, mas depois de um tempo tive que parar de usar. O problema em prédios onde só tem uma vaga na garagem é que temos que gastar mais dinheiro para guardar o carro em outro lugar, e ainda assim que guardamos voltamos para casa a pé”, explicou José Alencar.
Código de Postura
O Código de Postura de Campina Grande não determina a quantidade de vagas na garagem de cada apartamento deve ter. Contudo, ele aponta para o cumprimento das resoluções do Contran. São elas: vão de entrada com largura mínima de 3,50m; pé-direito com altura mínima de 2,20m e passagem livre de 2,10m; os espaços de estacionamento para cada veículo deverão ter largura e comprimento mínimos conforme o tipo de demanda de veículos; e ainda deverá haver dois acessos para os veículos, sendo um de entrada e outro de saída.
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