VIDA URBANA
Construção de UPA aterra afluente do Rio Paraíba em Bayeux
Denúncia de aterramento vem de moradores da cidade. Prefeitura da cidade nega e afirma que construção da unidade está regular.
Publicado em 29/03/2016 às 7:35
Moradores do município de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, denunciam que a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade está sendo feita às margens do rio Paroeira, um dos braços do baixo Rio Paraíba, na comunidade Jardim São Lourenço. Conforme a denúncia, parte do afluente foi aterrada para que a unidade de saúde pudesse ser erguida.
No local, há uma placa afixada informando a construção da UPA, mas não diz a data do início e previsão de entrega da obra, valor investido e capacidade para atendimento.
O bibliotecário e morador de Bayeux Marcos Paulo, 40 anos, disse que a obra foi iniciada há mais de 3 anos e que desde então, vem sendo questionada, inclusive, já foi levada à Câmara Municipal de Vereadores há mais de 8 meses, mas até o momento o assunto não foi discutido em plenária. “Uma comissão de moradores já está preparando um documento para ser protocolado no Ministério Público da Paraíba ainda na próxima semana. Aterraram parte do curso do rio para fazer essa obra”, afirmou.
Segundo Marcos Paulo, além da possível irregularidade ambiental de ter aterrado parte do braço do rio, o local está contaminado de muriçocas, devido ao mangue e à grande quantidade de vegetação.
“Depois das 17h a área fica empestada de muriçoca. Como vão ficar os pacientes dessa UPA? A obra está irregular, causando diversos danos ao ambiente”, ressaltou.
Marcos Paulo ainda disse que a situação já foi denunciada junto à Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), por telefone e via e-mail, mas até o momento, os moradores aguardam por resposta.
A também moradora de Bayeux e bióloga Cilene dos Santos, 26 anos, destacou que além de comprometer o meio ambiente, a forma que a obra está sendo construída irá trazer outros danos à população futuramente. “A obra compromete a vegetação, contamina a água e mata os peixes.
Futuramente, o risco é para a população, já que a UPA está sendo construída em área de mangue, onde o solo não é firme e pode ceder com o tempo, chegando até a desmoronar”, alertou.
O Ministério Público da Paraíba disse por meio da assessoria de comunicação que vai aguardar a protocolação da denúncia para ser avaliada e para que as providências sejam adotadas.
A assessoria de comunicação da Sudema informou que entrou em contato com o setor responsável, que por sua vez explicou que as medidas tomadas sobre o assunto não são só de responsabilidade da Sudema, já que a questão envolve mais órgãos, inclusive, hierarquicamente acima da pasta, pois é uma ação que deve acontecer em conjunto, por ser uma área que envolve toda uma comunidade. No entanto, a Sudema não disse quais seriam os outros órgãos envolvidos, nem as possíveis soluções a serem aplicadas.
Já o Departamento de Comunicação (Decom) da Prefeitura Municipal de Bayeux assegurou que a obra está dentro da legalidade, e que o local situado por trás da UPA não se trata de um braço de rio, mas de um antigo reservatório de descarga de uma antiga fábrica.
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