Vladimir Carvalho: cineasta paraibano faria 90 anos nesta sexta (31); relembre trajetória

Um dos documentaristas mais importantes do cinema brasileiro, o paraibano Vladimir Carvalho, completaria 90 anos nesta sexta-feira, dia 31 de janeiro. O cineasta morreu em outubro de 2024, mas deixou obra e legado importantes para a cultura nacional.

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Vladimir Carvalho nasceu em 31 de janeiro de 1935, na cidade de Itabaiana, na Paraíba. Quando criança, ele se mudou junto com a família para a capital pernambucana Recife, mas depois voltou para João Pessoa, onde deu os primeiros passos no cinema.

A carreira de Vladimir foi marcada pela condução de documentários que retratavam a realidade do Brasil. Mais de 10 curtas produzidor por ele se destacaram na cena da cultura nacional.

Quando aluno de Linduarte Noronha, Vladimir Carvalho originou uma das principais obras do cinema paraibano: "Aruanda". Também na década de 1960, passou a integrar o movimento Cinema Novo, quando atuou como assistente de direção do filme "Cabra Marcado para Morrer".

No Golpe Militar de 1964, Vladimir Carvalho passou a viver na clandestinidade para se proteger do regime. Na época, as gravações de "Cabra Marcado para Morrer" foram interrompidas, mas Vladimir continuou produzindo filmes, como "Romeiros da Guia".

Pouco tempo depois, com "O País de São Suruê", o paraibano se sagrou entre os grandes cineastas brasileiros.

Relação com Brasília

Ainda na década de 1960, Vladimir Carvalho se mudou para Brasília para ser professor da Universidade de Brasília (UNB). Na capital federal, o cineasta morou até a morte e fundou a Associação Brasileira de Documentaristas e a Fundação Cinememória, que contém todo o seu acervo.

Para celebrar a trajetória de quem tanto se identificou com a capital federal, o Cine Brasília realiza, a partir desta sexta-feira (31) a Mostra de Cinema "Vladimir Carvalho: Caçador de Raízes e Memórias". O evento vai até 5 de fevereiro.

Relação com o Nordeste

Apesar da vivência em Brasília, Vladimir Carvalho construiu uma carreira marcada por narrativas nordestinas. A obra dele retratou a realidade de milhares de nordestinos.

Em 2017, Vladimir Carvalho falou com o g1 sobre a relação com o pintor Cícero Dias, tema do então mais recente documentário de Carvalho, intitulado 'Cícero Dias - O Compadre de Picasso'. O filme, que chama atenção por mostrar a vida do “compadre de Picasso”, foi premiado no Festival de Brasília e exibido na edição 2016 do Fest Aruanda, em João Pessoa.

Em 2006, mesmo ano em que foi homenageado no Fest Aruanda, Vladimir Carvalho recebeu o título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), onde iniciou sua formação acadêmica.

Memória do cinema nacional

Além de produzir, Vladimir Carvalho também colecionava várias obras importantes do cinema brasileiro. O acervo dele, considerado raro, tem mais de 5 mil itens, e deve ser transformado em breve em uma cinemateca, em Brasília, onde ele viveu a maior parte da vida, até a morte.