COTIDIANO
Advogado celebra decisão inédita que reconhece cachorro como autor de processo na Paraíba
Cachorro alega erro médico em ação contra município de João Pessoa. Advogado destaca importância da decisão na defesa dos direitos dos animais.
Publicado em 14/02/2025 às 13:55
![Advogado celebra decisão inédita que reconhece cachorro como autor de processo na Paraíba](https://cdn.jornaldaparaiba.com.br/img/inline/180000/500x0/Advogado-celebra-decisao-inedita-que-reconhece-cac0018843000202502141355-8.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornaldaparaiba.com.br%2Fimg%2Finline%2F180000%2FAdvogado-celebra-decisao-inedita-que-reconhece-cac0018843000202502141355.jpg%3Fxid%3D1108703&xid=1108703)
O advogado Francisco Garcia, responsável pela defesa do cachorro Pelado, comemorou a decisão da Justiça da Paraíba que autorizou o animal a figurar como autor de um processo contra o município de João Pessoa. Segundo ele, a determinação representa um avanço na defesa dos direitos dos animais. O caso é inédito no estado.
Francisco Garcia destacou que a decisão altera a forma como a sociedade enxerga os animais:
"No momento em que um cão é reconhecido como autor de um processo, o poder judiciário está dizendo que o animal não é coisa, o animal é um ser dotado de ciência e consciência", pontua.
![Advogado celebra decisão inédita que reconhece cachorro como autor de processo na Paraíba](https://cdn.jornaldaparaiba.com.br/img/inline/180000/500x0/Advogado-celebra-decisao-inedita-que-reconhece-cac0018843001202502141355-8.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornaldaparaiba.com.br%2Fimg%2Finline%2F180000%2FAdvogado-celebra-decisao-inedita-que-reconhece-cac0018843001202502141355.jpg%3Fxid%3D1108704&xid=1108704)
O advogado entrou com uma ação judicial alegando que o cachorro Pelado sofreu sequelas devido a um erro médico. Segundo o processo, ele passou por um exame de raio-x na clínica veterinária municipal e, após o procedimento, começou a mancar. A petição solicita indenização por danos materiais, morais e estéticos.
A Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa, responsável pela administração da clínica, declarou que acompanha o caso com atenção, imparcialidade e empatia. Em nota, o órgão informou que ainda não teve acesso ao conteúdo do processo, o que impossibilita qualquer manifestação jurídica no momento.
Este é o oitavo caso no Brasil em que a Justiça reconhece um animal como parte legítima em uma ação judicial.
Ele menciona a Declaração de Cambridge sobre a Consciência de Animais Humanos e Não-Humanos, publicada em 2012, e a Declaração de Nova Iorque sobre Consciência Animal, de 2024, como documentos fundamentais nesse debate.
Além disso, destaca o Código de Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, uma lei estadual de 2018 que assegura aos animais direitos como acesso à saúde, alimentação adequada e abrigo que os proteja de condições climáticas adversas.
Quanto à necessidade de representação legal do cachorro, Francisco Garcia compara a situação à de bebês em ações de pensão alimentícia, em que são representados por responsáveis legalmente autorizados a atuar em nome daqueles que não podem se expressar.
"Nesses casos, quem é o autor é o bebê, ainda que representado pela mãe", finaliza.
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