CULTURA
O Médico e a Noviça é o 3º romance de Irena Dias
Autora de 'O Médico e a Noviça', Irene Dias Cavalcante lança o livro nesta quinta-feira (31) na sede da Academia Paraibana de Letras.
Publicado em 31/05/2012 às 6:30
Da poesia, gênero no qual Irene Dias Cavalcanti estreou, à prosa, que hoje consolida com seu terceiro romance, foram 40 anos às voltas com um bloqueio que ela atribui a uma crítica enviesada de seus dois primeiros livros de versos: Eu, Mulher, Mulher (1971) e Lirerótica (1974).
"A crítica achou que eu era ousada e denegriu minha imagem através de minha obra, que foi considerada 'indecente'", relembra a poetisa potiguar que debutou na literatura assim que se mudou de Campina Grande, cidade de sua infância, para João Pessoa, seu "paraíso".
"Não rejeito o fato de ter nascido no Rio Grande do Norte, mas também não nego que se tivesse que escolher teria nascido aqui", diz a escritora no sofá de sua biblioteca particular, no bairro de Cabo Branco.
Autora de O Médico e a Noviça (Editora Universitária da UFPB, 238 páginas), Irene lança o livro hoje, às 17h30, na sede da Academia Paraibana de Letras, na Capital.
Com temática social ligada à exploração do trabalhador da zona rural do Cariri, o novo romance é tão polêmico quanto o anterior, O Amor do Reverendo (2010), um protesto contra o celibato dos clérigos católicos.
"Não sei o que fazer: aparentemente, tudo o que escrevo é polêmico", brinca a prosadora, que ainda arrisca a recitar seus versos, apesar do tal 'bloqueio' amenizado, nos anos 1970, pelo aval de nomes como Virgínio da Gama e Melo, Juarez da Gama Batista e Altimar Pimentel.
"Minha ligação com a poesia é natural e vem desde que eu aprendi a ler e escrever, aos três anos. Antes disso, eu via uma estrela no céu e, quando chovia, desenhava as estrelas no chão.
Meu pai já dizia: essa aí vai ser poeta", recorda.
O Médico e a Noviça é dedicado aos seus 15 irmãos e irmãs e tem prefácio de Walter Galvão, que relaciona a ficcionistas a vozes como Ignez Maria, Marília Carneiro Arnaud e Madalena Zaccara.
Quanto à expectativa em relação à crítica, Irene Dias Cavalcanti demonstra coragem: "Agora estou pronta para o que der e vier".
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