VIDA URBANA
MP monitora atos infracionais de jovens em praças de João Pessoa
Promotora da Infância Infracional da capital diz que adolescentes se reúnem nesses locais para articular ações.
Publicado em 08/04/2015 às 10:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 10:57
Promotoria da Infância Infracional de João Pessoa está monitorando o comportamento de adolescentes em algumas praças, como a Praça da Paz, nos Bancários; do Caju, no Bessa; e do Skate, em Manaíra, além do pátio do Mosteiro de São Francisco, no Centro. Segundo a promotora Ivete Arruda, os monitoramentos foram iniciados no final do ano passado em razão de alguns adolescentes infratores terem chegado à Promotoria com envolvimento em situações de violência nesses locais e áreas adjacentes. “Observamos que eles se reúnem nesses locais e articulam para partir para ações em outras localidades. Praças e locais públicos funcionam como ponto de encontro”, afirmou.
Embora o início do monitoramento tenha sido iniciado há pouco tempo, a promotora ressaltou que as situações são antigas e que ganharam força com o surgimento do movimento popular conhecido como 'rolezinho'. “Não temos como quantificar o número de adolescentes que se reúnem em locais públicos e depois cometem infrações. Eles são muitos, saem de todas as áreas da cidade, se encontram nas praças, shoppings, mas também no Busto de Tamandaré e fazem pontos nas praias do Cabo Branco e Manaíra, feirinha de Tambaú e no Largo da Gameleira”, disse. Ivete Arruda destacou que apenas o fato de estarem juntos não se configura como infração, o que ocorre quando são flagrados com entorpecentes, armas e ou cometem infrações contra o patrimônio.
Os atos infracionais cometidos nas praças também são denunciados por moradores da orla, do Centro e da zona sul de João Pessoa. A comerciante Niela de Lima, 46 anos, tem um quiosque na Praça da Paz, no Bancários, há 16 anos, e contou que durante esse tempo, o local sempre foi tranquilo no que se refere à violência propriamente dita, mas revelou que adolescentes têm usado o espaço para consumir drogas. “Sempre há uns adolescentes que usam drogas aqui na praça. Às vezes, a polícia faz rondas, para, revista e depois vão embora. Mesmo sob efeito da droga, eles nunca mexeram com a gente, mas várias pessoas já foram assaltadas nas ruas do entorno da praça”, disse.
Já a vendedora Rafaela Batista, 25 anos, frequenta a praça há 1 ano. Segundo ela, alunos de uma escola localizada ao lado do espaço público já tiveram os celulares e outros objetos roubados na saída da aula. “Sobre o período noturno não tenho o que falar, pois não frequento aqui nesse horário, mas durante o dia, na saída da escola, muitos alunos já foram roubados ali do outro lado da praça”, relatou.
O estudante Thiago Rodrigues, 21 anos, costuma praticar exercícios físicos na praça e disse que já foi assaltado na volta para casa. “Diante da polêmica sobre a redução da maioridade penal, eu já nem sei se é ou não viável. Porque não são apenas adolescentes de 16 anos que praticam crimes. Outro dia levaram meu celular quando eu voltava para casa e, pelo biotipo, os dois tinham menos idade que isso, e estavam armados e eram bem agressivos”, relatou.
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