Ausência de Lula no discurso de Lucas faz crescer receio entre petistas de 'palanque fantasia'

Em política, cada palavra, omissão, posição e gesto valem muito. Têm um significado que é calibrado por quem pratica, ou por aqueles que são espectadores. Desde sábado (13) o discurso do vice-governador Lucas Ribeiro (PP) na posse da nova presidente estadual do PT, Cida Ramos, tem sido digerido de formas diversas.

E por um motivo: o vice fez um discurso de 4 minutos e 30 segundos na posse, mas não citou uma única vez o presidente Lula (PT).

Entre os aliados do vice, uma discussão secundária. Para alguns outros, somente um deslize, um ato falho. Mas para muitos petistas um equívoco irreparável que liga a luz amarela.

É que Lucas tem sido colocado como pré-candidato do Governo com uma perspectiva de formar palanque para o presidente Lula em 2026, mas encontra barreiras. Uma delas o seu próprio partido, que hoje integra a oposição ao Governo, alinhado com o bolsonarismo em âmbito nacional.

E o receio dos petistas é que essa construção resulte em um 'palanque fantasia' em que não exista engajamento em torno do projeto de reeleição de Lula. Algo que para o PT é prioridade.

No fim de semana, um dirigente do PT fez uma consideração ao Blog: "ele esqueceu na posse da presidente do PT, onde só tínhamos petistas, imagine só nos discursos de campanha", assinalou.

Lucas fez um passeios sobre projetos desenvolvidos pelo Governo do Estado junto a produtores rurais e associações; e prometeu dar continuidade, sem citar Lula.

O 'esquecimento' do presidente no discurso do vice se soma ao silêncio da senadora Daniella Ribeiro (PP), na semana passada. Daniella foi a única, na bancada da Paraíba no Senado, ao não se manifestar sobre a condenação de Bolsonaro (PL) no STF.

O descuido do vice-governador amplia dúvidas entre os petistas.