Jovens do Marista Pio X levam a Belém projeto que une sustentabilidade e geração de renda

A Praia da Penha, uma das paisagens mais tradicionais de João Pessoa, tem enfrentado desafios cada vez maiores: descarte irregular de lixo, turismo desordenado e pouca efetividade nas políticas de manejo costeiro. Foi diante dessa realidade que alunos do Colégio Marista Pio X criaram o “Quiosque Ambiental”, projeto que vai representar a Paraíba na etapa nacional do Observatório do Clima, entre 10 e 14 de novembro, em Belém (PA), paralelamente à COP30, a conferência mundial da ONU sobre mudanças climáticas.

A ideia surgiu da observação direta dos problemas ambientais na orla e da vontade de buscar soluções que unissem educação, sustentabilidade e impacto social. O quiosque, que será instalado na própria Praia da Penha, vai funcionar como um espaço comunitário de educação ambiental, oferecendo áreas para coleta seletiva, oficinas de reciclagem e atividades de conscientização sobre o descarte correto de resíduos.

“O projeto nasceu da percepção de um problema real e da vontade dos estudantes de agir localmente para gerar impacto global. É uma iniciativa que combina inovação social, protagonismo juvenil e compromisso com o meio ambiente”, afirma o professor Lucas Gambarini, orientador da proposta.

Além das ações voltadas ao meio ambiente, o Quiosque Ambiental também aposta na geração de renda sustentável. Uma das parcerias é com o grupo Sereias da Penha, formado por mulheres marisqueiras que produzem biojoias feitas de escamas e couro de peixe — um trabalho já reconhecido nacionalmente por unir arte, tradição e sustentabilidade. Parte da renda obtida com os produtos reciclados e artesanais será destinada às famílias da comunidade, fortalecendo o protagonismo feminino e o desenvolvimento local.

Baseado nos princípios da economia circular e alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, o quiosque busca reduzir os impactos da poluição costeira e estimular uma consciência coletiva sobre a importância da preservação dos ecossistemas marinhos e costeiros.

Em Belém, os jovens paraibanos se juntam a estudantes de várias regiões do país que também estão apresentando soluções concretas para desafios climáticos em seus territórios. A participação na programação paralela à COP30 reforça o papel da juventude brasileira na agenda ambiental global e mostra como ações educativas e comunitárias podem contribuir de forma efetiva para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas.

O projeto desenvolvido pelos alunos da Paraíba ilustra uma forma renovada de engajamento ambiental: aquela que nasce dentro das escolas, aproxima ciência e cidadania e transforma realidades por meio da educação.