Causando vertigem, 'A Travessia' estreia nos cinemas da Paraíba

“Sonho em conquistar belas estátuas”, afirmou o francês Philippe Petit no documentário do inglês James Marsh, O Equilibrista (2008), vencedor do Oscar na sua categoria. Inclusive, na época de entrega do prêmio, Petit fez graça com a famosa estatueta dourada, tentando equilibrá-la na ponta do nariz e usando-a para fazer reverência aos aplausos.

Mas a conquista de “belas estátuas” não é o prêmio da Academia de Hollywood: estreia nesta quinta-feira nos cinemas paraibanos A Travessia (The Walk, EUA, 2015), ficção dirigida por Robert Zemeckis (de Forrest Gump) que reconta seu feito ilegal que durou 45 minutos naquele ano de 1974. Foi o tempo em que Philippe Petit (interpretado por Joseph Gordon-Levitt, de (500) Dias com Ela) andou da Torre Sul à Torre Norte do World Trade Center, nos Estados Unidos, sobre um cabo de aço.

Não precisa remeter Hollywood quando se fala em documentários que antecipam reconstituições ficcionais. Basta lembrar do Ônibus 174 (2002), de José Padilha pré-Tropa de Elite (2007), longa anterior ao filme Última Parada 174 (2008), dirigido por Bruno Barreto (O Que é Isso, Companheiro?). Por falar em Tropa de Elite, personagens em que foram baseados nesta ficção (e em Cidade de Deus, de 2002) aparecem em depoimentos no Notícias de uma Guerra Particular (1999), da Kátia Lund.

Através do seu trailer oficial de divulgação, A Travessia se vende como uma experiência sensorial e vertiginosa a 400 metros de altura em virtude de suas cópias em 3D.

Com o britânico Ben Kingsley (A Invenção de Hugo Cabret), a canadense Charlotte Le Bon (A 100 Passos de um Sonho) e o norte-americano James Badge Dale (Homem de Ferro 3) no elenco, o longa é baseado no mesmo livro que inspirou o documentário, To Reach the Clouds, do próprio Petit (que foi o consultor do filme) e inédita no Brasil.

“O que eu sempre quis fazer era mostrar a travessia em si, o que não aconteceu no documentário, pois a travessia não foi gravada”, chegou a explicar Robert Zemeckis.