Cresce número de denúncias em CG

O número de processos de violência contra a mulher tem aumentado em Campina Grande. De acordo com a juíza da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra as Mulheres, Adriana Lins, desde a criação do departamento, em outubro de 2011, o número de processos vem crescendo e passou de 60 para 140, nos últimos meses.

A cidade recebeu ontem a tenda de serviços da campanha estadual 'Violência Contra a Mulher. Denuncie. Você não está sozinha' na Praça da Bandeira, com o intuito de chamar a atenção da sociedade para o problema. A iniciativa integrou os '16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher'.

De acordo com a juíza, existe a possibilidade de que os processos signifiquem um aumento da violência, mas também um esclarecimento das mulheres violentadas, que estão encontrando mais apoio e dispostas a denunciar. “Eu espero que esse seja o motivo. Elas inicialmente procuram as delegacias especializadas e no juizado pedem medida protetiva. Quando isso acontece, cerca de 80% dos acusados não têm coragem de se aproximar novamente”, explicou.

A juíza participou do evento na Praça da Bandeira, que também contou com a participação de entidades e familiares de vítimas da violência, como a irmã da professora Isabella Pajuçara, que foi assassinada aos 27 anos, no município de Queimadas, no Agreste, este ano, Isânia Monteiro. Para ela, iniciativas como esta dão ainda mais coragem aos familiares das vítimas, a lutar por justiça. “É importante que a gente participe de todas essas ações. Queremos mostrar que a dor continua e que não pode ficar impune”, contou.

De acordo com a secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Iraê Heusi Nóbrega, a campanha foi um chamamento para os números da violência contra a mulher no Estado. (Isabela Alencar)