icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

'Homossexualismo' e 'perversão': alunos denunciam professor por homofobia durante aulas na PB

Conforme relato de aluno em rede social, professor universitário tem mais de 10 denúncias contra ele.

Publicado em 29/06/2017 às 11:53

A postura de um professor da disciplina de Medicina Legal tem gerado polêmica entre estudantes de Direito de uma faculdade particular de João Pessoa. O relato de um aluno, publicado nas redes sociais, foi reforçado por vários outros colegas que discordam das ideias e posturas do docente. O estudante criticou o profissional por ele tratar, durante as aulas, homossexualidade como doença e tachá-la de "perversão sexual". O relato foi publicado na quarta-feira (28), o Dia do Orgulho LGBT, e está viralizando nas redes sociais nesta quinta (29).

Conforme o aluno, há "mais de 10 denúncias de assédio e homofobia" contra o professor na ouvidoria da faculdade. Em entrevista, Diógenes Dantas afirmou que o docente não sofreu nenhum tipo de punição por parte da instituição de ensino, apesar das constantes denúncias, e até zombava da situação. "A apresentação do professor no primeiro dia de aula foi nos seguintes termos: 'meu nome é Alírio Batista, e vocês precisam decorar o meu nome quando forem me denunciar'", relatou o aluno.

Segundo o relato publicado por Diógenes, o professor Alírio Batista trata homossexuais por "aberração", homossexualidade - dita por ele como "homossexualismo" - como doença e "safadeza". Os comportamentos homofóbicos do docente foram confirmados por outros alunos da instituição.

Nos comentários da publicação, os estudantes dizem que até as respostas em provas aplicadas pelo professor também precisam ser preconceituosas. "Nas provas você tem que dar as mesmas respostas que ele dá em sala de aula para não dar 'bomba'", comentou um ex-aluno do professor. Já em outro comentário, um ex-aluno diz que "piadas misóginas e homofóbicos eram a prática normal".

Os colegas de turma comentaram que o professor "endossou a discussão de que a origem de tal 'doença' seria 'safadeza'(sic), mas que não gostaria de estender a conversa, 'pois essa gente era muito agressiva'".

Professor distribui material que classifica homossexualidade como "desvio"

"O professor Alírio, ao tratar de 'perversões sexuais' em sua disciplina, classificou a homossexualidade (insistentemente gravada como homossexualismo, sufixo que remete à doença) como aberração, repetindo isso por diversas vezes ao longo de sua apresentação", relata Diógenes. Ao fim da aula, o aluno disse ao professor que a aula estava atrasada em 20 anos, já que a homossexualidade não é considerada doença. "Em resposta, o docente deixou claro que continuaria a propagar o seu posicionamento, uma vez que a matéria, segundo ele, sustentava ser uma aberração", diz o aluno na publicação.

No material [foto] que o professor disponibiliza aos estudantes de Medicina Legal e publicado na página do docente, a homossexualidade é tratada como "desvio de conduta", "aberração" e "pederastia". Em determinado momento, o professor escreve que "os homossexuais por amor são violentos e agridem" e que transexuais são "revoltados com o próprio sexo".

"Aulas eram recheadas de piadas"

De acordo com o advogado Alexander Soares, que foi aluno de Alírio Batista em 1996 na Unipê, o professor sempre expôs visões preconceituosas em sala de aula e nunca foi advertido. "As aulas dele eram recheadas de piadas contra mulheres e homossexuais", diz Alexander. "Principalmente as mulheres se sentiam constrangidas, mas deixavam de lado, para evitar perseguições. Ao fim do semestre muitos evitavam assistir as aulas", afirma.

Segundo ele, a instituição nunca advertiu ou tomou qualquer providência contra o professor. "Sempre existiram questionamentos à universidade, mas para evitar prejuízos com notas, os alunos não insistiam", disse.

Instituição diz que iniciou 'análise interna'

Em nota, a assessoria do Unipê informou que tomou conhecimento do caso no dia 26 de abril e que "imediatamente iniciou uma análise interna, seguindo todos os trâmites necessários para questões dessa natureza, inclusive com respeito à ampla defesa por parte do docente, reiterando os valores de justiça e igualdade de oportunidades de nossa Instituição, na medida em que se trata de um professor decano, com 52 anos de cátedra e 80 anos de idade".

A nota diz ainda que "a educação é o melhor caminho para a formação de uma sociedade justa e igualitária. Em 46 anos de história, formamos mais de 50 mil profissionais pautados em uma formação ética e humana, com compromisso com o bem-estar coletivo, sempre atentos às mudanças, avanços e conquistas sociais do mundo contemporâneo. Entre os valores da Instituição está a busca pela justiça, verdade, igualdade de oportunidades e o respeito ao pluralismo e à diversidade nas suas mais variadas formas".

A instituição afirma, por fim, que o professor Alírio Batista não faz mais parte do quadro de docentes ativos da Unipê.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato com o professor Alírio Batista, através da central telefônica do Unipê, mas as ligações não foram atendidas.

Confira relato do estudante na íntegra:

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp