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VIDA URBANA

Pontos turísticos permanecem em obras durante as férias

Por conta das reformas, turistas que vêm à capital encaram a frustração de não poder visitar cartões-postais.

Publicado em 06/12/2015 às 8:00

Turistas que escolheram João Pessoa como destino para as férias de verão podem se frustrar diante do impedimento de visitar determinados pontos turísticos da capital que continuam em obras sem previsão de término. Dentre eles está o Hotel Globo, um dos pontos turísticos mais visitados da cidade antes de sua interdição. Na mesma situação estão o Mirante da Estação Cabo Branco, a Barreira do Cabo Branco e a Lagoa do Parque Solon de Lucena.

Construído no ano de 1928, o Hotel Globo permitia aos seus visitantes uma vista impressionante da cidade. De sua sacada, era possível observar a área onde João Pessoa nasceu, no ano de 1585, às margens do Rio Sanhauá. Enquanto contemplava o cenário, os turistas recebiam dos guias as informações sobre o crescimento da capital no Porto do Capim, onde, por muito tempo, foi moradia das famílias mais abastadas.

Hoje, quem visita a capital e vai ao Centro Histórico não pode entrar no Hotel Globo. Com os portões fechados, o turista observa a placa informando que a área está interditada pela Defesa Civil. Sem a atenção devida do poder público, o Hotel Globo se deteriorou ao longo das décadas, chegando a fechar as portas no ano de 2011. O local, de inegável importância histórica, passou a servir de ponto para consumo de drogas, segundo comerciantes do Centro Histórico.

Após meses de omissão, uma decisão judicial determinou que a Prefeitura de João Pessoa iniciasse as obras de restauração e recuperação do Hotel Globo. Segundo o coordenador do Patrimônio Público de João Pessoa, Fernando Milanez Neto, as obras começaram há cerca de três meses, mas ainda não há previsão de término. Isso porque, segundo ele, a prefeitura depende da aprovação do projeto pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (Iphan). Sem esse parecer, a segunda fase da obra – que inclui a recuperação do muro de arrimo que desmoronou – não pode prosseguir.

Mas a parte interna do Hotel Globo já foi toda concluída, segundo Milanez. Entretanto, o prédio só será entregue quando toda a obra for terminada. “Encaminhamos o projeto para o Iphan para que possamos prosseguir com a recuperação”, frisou. Segundo ele, não há como dizer a previsão para a conclusão da reforma. “Após a aprovação do projeto é que vamos montar o cronograma com a construtora. Antes disso não há como dizer”, explicou. A reportagem não conseguiu contato com o Iphan para saber o andamento do projeto.

O investimento para a restauração do Hotel Globo gira em torno de R$ 770 mil. Nas obras estão inclusas pintura, reestruturação completa de esquadrias, esculturas, janelas e portas e restauração da estrutura da barreira, além da manutenção de pátios e jardins.

Por se tratar de um bem tombado, as obras são fiscalizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep). Segundo a diretora-executiva, Cassandra Figueiredo, o Iphaep faz fiscalização contínua no Hotel Globo para garantir que as obras sejam executadas observando a legislação. “Por enquanto está tudo dentro da normalidade. Vamos fazer outra inspeção agora em dezembro”, declarou.

Interdição no Farol, Mirante e Lagoa

Aproveitando a realização de um concurso público, a advogada Francine Stabaun e a fisioterapeuta Mikaelle Velasco passaram cinco dias em João Pessoa. No roteiro de passeio estava o Farol do Cabo Branco, um dos pontos turísticos mais conhecidos da capital paraibana. Embora tenham conhecido o local, as jovens se surpreenderam com a interdição de parte da área. Em consequência do desmoronamento, o passeio não foi o mesmo de anos antes.

A discussão acerca da falésia do Cabo Branco perdura por anos, mas a solução parece não vir. Enquanto isso, a orientação é que as pessoas evitem se aproximar da área. O projeto tem que passar por aprovação da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), dentre outros. Em março deste ano o prefeito Luciano Cartaxo apresentou projeto de proteção, revitalização e contenção da erosão da falésia. Na ocasião foi anunciado que, para a primeira etapa do projeto, serão investidos cerca de R$ 12 milhões.

As obras na calçadinha da orla também podem causar transtornos aos turistas e demais frequentadores de Tambaú e Cabo Branco. A reforma foi iniciada em maio e prevê a modificação do revestimento das calçadas com pisos intertravados, melhoramento da infraestrutura e ainda 113 novas vagas de estacionamento. O investimento é de R$ 1,3 milhão.

Ainda na área do Cabo Branco, os turistas encontrarão fechado o Mirante da Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes. O prédio passa por uma reforma interna de melhoria e manutenção. A interdição é só no mirante. O restante do prédio funciona normalmente.

Obras também na Lagoa do Parque Solon de Lucena, principal cartão-postal da cidade. Em vários trechos da área há interdições, impedindo a passagem de pedestres. O projeto de revitalização tem por objetivo transformar o local realmente em um parque de lazer, com novos espaços que promovam o esporte e a cultura.

PBTUR
A presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ruth Avelino, disse que o fato de muitos pontos turísticos estarem em obras no período de férias não chega a ser diretamente um prejuízo aos turistas, mas causa uma frustração a quem visita a capital, mas que entende que a revitalização é importante.

O que diz a Prefeitura. O secretário de Infraestrutura de João Pessoa, Cássio Andrade, prestou esclarecimentos sobre o andamento de cada uma das obras citadas. Sobre a Barreira do Cabo Branco, ele informou que o projeto ainda não chegou à Seinfra porque precisa, primeiro, passar pela aprovação dos órgãos ambientais para só então ser executado.

Em relação ao Mirante da Estação Cabo Branco, o secretário explicou que a obra trata-se de um reparo, decorrente de vícios de construção. Segundo ele, a Prefeitura não está gastando dinheiro na reforma, pois a reparação faz parte da garantia do contrato com a construtora. “Para vício de construção não há prazo de validade. A correção deve ser feita quando o problema for detectado”, declarou. A previsão de entrega é para março do próximo ano.

Sobre a calçada da orla, Andrade informou que até janeiro o trecho compreendido entre o Hotel Tambaú até as proximidades da Avenida Beira Rio deve ficar pronto, garantindo aos frequentadores um melhor passeio. Contudo, a obra completa – que vai até o final do Cabo Branco – só deve ser concluída em junho de 2016. Por fim, o secretário disse que as obras da Lagoa do Parque Solon de Lucena seguem no ritmo normal, dentro do cronograma, e que não há atraso. Segundo ele, a parte do túnel da Lagoa fica pronta na próxima semana. A parte de urbanização também segue dentro do esperado, começando na Rua Padre Meira até a Getúlio Vargas.

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Jornal da Paraíba

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