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COTIDIANO

Comissão conclui relatório que investiga denúncias de tortura no Roger

Investigação sobre agressões em presídio se encerra nesta segunda. Vídeo onde acusado de chacina é espancado motivou sindicância contra diretor.

Publicado em 27/07/2009 às 10:23

Karoline Zilah

A Comissão de Sindicância que investiga denúncias de maus tratos no Presídio do Roger, em João Pessoa, entrega nesta segunda-feira (27) o relatório conclusivo sobre as supostas agressões que teriam sido feitas pelo ex-diretor Dinamérico Cardim contra o presidiário Carlos José dos Santos, acusado de cinco assassinatos no caso que ficou conhecido como a “chacina do Rangel”.

O capitão Sérvio Túlio, que preside a comissão, conversou nesta manhã com o Paraíba1 e informou que ainda deve ouvir dois detentos para finalizar o documento e entregá-lo ao gerente do Sistema Penitenciário, Ivonilton Coriolano. Depois de passar por ele, o relatório deve chegar às mãos do secretário de Cidadania e Administração Penitenciária, Roosevelt Vita, que vai decidir se acata ou não as conclusões apresentadas.

Segundo o capitão, foram ouvidas cerca de 50 pessoas, incluindo o ex-diretor, o vice-diretor do Roger, agentes de segurança penitenciária e detentos. A Comissão teve 15 dias para apurar as denúncias, sendo instaurada em 13 de julho, mesma data em que vazou na internet um vídeo com imagens de Carlos José sendo espancado. Para ser investigado, Dinamérico Cardim foi afastado de suas funções. Ele pode responder criminalmente caso seja comprovada a sua participação nas agressões.

Até o momento, a sindicância e a Secretaria de Administração Penitenciária confirmaram apenas duas informações sobre o caso: a primeira sobre um exame de corpo de delito no detento Carlos José constatando que ele sofreu espancamento, e a segunda confirmando que o vídeo foi filmado dentro do Roger.

Em depoimento à comissão, Dinamérico Cardim negou qualquer tipo de participação no episódio. Já o detento negou que tenha sido agredido, comentando depois que estaria dopado e que, por isso, não conseguia lembrar do que teria acontecido. “Nem mesmo depois de ver o vídeo ele disse lembrar o que tinha acontecido”, declarou o capitão Sérvio Túlio.

O acusado da chacina do Rangel foi transferido para o presídio de Jacarapé, PB-I. Sobre o julgamento dos assassinatos, ainda nesta segunda-feira (27), o juiz Marcos William, do 1º Tribunal de Júri, deve receber a denúncia desenvolvida pelo promotor de Justiça José Guilherme Lemos contra Carlos José e a esposa dele, Edileuza Oliveira dos Santos, que está detida no presídio feminino de Mangabeira.

Imagem

Jornal da Paraíba

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