Série 'Vinyl' estreia neste domingo e faz viagem ao rock de 1973

O cantor Mick Jagger, que desembarca esta semana no Brasil para uma série de shows com os Rolling Stones, conhece como ninguém o showbusiness musical. O cineasta Martin Scorsese, por sua vez, conhece como poucos cinema e séries de TV, com atuação, inclusive, na música - são dele as aclamadas séries No Direction Home, sobre Bob Dylan, e George Harrison: Living in the Material World.

Estes dois ícones do entretenimento se uniram a um tarimbado produtor, Terence Winter, em torno de uma série que vem causando ansiedade nos fãs de música pop: Vinyl, que estreia neste domingo, às 23h (horário local), no canal pago HBO.

O próprio Scorsese dirige o primeiro dos dez episódios da temporada (o piloto tem cerca de duas horas). Ambientado em 1973, trata dos bastidores da indústria da música.

No centro da trama, Richie Finestra (Bobby Cannavale) é proprietário da fictícia gravadora American Century que, à beira da falência, procura o artista que irá trazê-la de volta ao business.

Com figurino, cenografia e até uma fotografia que lembra uma produção feita originalmente no começo dos anjos 1970, Vinyl centra seu foco na época mais efervescente para a música internacional.
Artistas como David Bowie, Pink Floyd, Paul McCartney e Marvin Gaye lançaram marcos de sua discografia somente no ano em que a trama se baseia (veja abaixo).

A ideia de fazer uma série dramática centrada na indústria musical da América nos anos 1970 partiu do próprio Mick Jagger, que com Scorsese e Winter assina a produção executiva da atração.

Jagger a apresentou ao diretor em 1996, mas o projeto dormiu no fundo da gaveta até que os dois se reencontraram em 2008, quando o diretor de Os Bons Companheiros rodou o filme-concerto Shine a Light com os Stones.

Mas a crise financeira rondava a América daquele tempo, e os dois não encontraram um estúdio disposto a produzir um filme com um custo tão alto - afinal, reproduzir 1973 mais de 30 anos depois custava algum dinheiro.

Quase dez anos depois, o vinil voltou à moda e as séries se tornaram “interessantes, respeitáveis e lucrativas”, como sublinhou Jagger - experiência comprovada pelo próprio Scorsese, já que ele produziu, também para a HBO e com Winter, a bem-sucedida Bordwalk Empire.

Seis grandes 'vinis' lançados em 1973

The dark side of the moon. Obra-prima do Pink Floyd, formado por 10 faixas brilhantes, vendeu nada menos que um milhão de cópias somente nos Estados Unidos.

Band on the run. O "sonho" havia acabado três anos antes e Paul McCartney sofria a pressão de não lançar um disco que se equiparasse aos dos Beatles. Até este álbum com os Wings.

Alladin Sane. A faceta giltter de David Bowie prossegue nesta sequência de 'Ziggy Stardust...', um disco-ícone cujas músicas foram compostas durante a turnê americana do camaleão inglês.

Let's get it on. Depois da panfletagem social de 'What's Going On', Marvin Gaye extrai sua verve sensual em disco fantástico, repleto de testosterona, com repertório tórrido e sexual.

Raw power. Terceiro disco dos Stooges - o que traz canções como 'Search and destroy' e 'Gimme danger' - teve produção de David Bowie e é tido como o álbum que influenciou o punk-rock.

New york dolls. Nos primeiros minutos de Vinyl, o personagem de Bobby Cannavale entra numa boate e se depara com o rock frenético de 'Personality crises', faixa que abre este disco de estreia.