VIDA URBANA
Problema de saúde: queda faz mais de 26,7 mil vítimas na PB
De 2014 até o dia 15, os hospitais de Trauma de João Pessoa e Campina Grande realizaram 26.799 atendimentos. Idosos e crianças apresentam mais riscos.
Publicado em 19/06/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 17:24
Um escorregão aqui, um buraco ali, um acidente em casa ou na rua, vários são os fatores que expõem as pessoas a sofrerem quedas, ocorrência considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um problema de saúde pública. No entanto, muita gente ainda desconhece os perigos de sofrer esse tipo de acidente: de fraturas em ossos a vários outros traumatismos, as quedas podem levar até à morte e já foram responsáveis por mais de 26,7 mil atendimentos nos hospitais de Trauma de Campina Grande e João Pessoa, de 2014 até o último dia 15.
Somente no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, em 2014 foram atendidas 9.348 pessoas vítimas de queda. Em 2015, esse número chega a 4.308 pacientes. Já no Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, foram atendidas 9.717 pacientes com o sintoma “queda” em 2014, e em 2015, 3.426 pessoas já deram entrada na unidade pelo mesmo motivo. Conforme estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), 424 mil pessoas morrem por ano em todo o mundo devido a quedas. De 30% a 60% da população com mais de 65 anos cai anualmente e, dessas quedas, de 40% a 60% levam a algum tipo de lesão.
Dona Severina Gomes, 75 anos, integra essas estatísticas. Ela sofreu uma queda dentro da sua própria residência, quando escorregou em uma sujeira no chão. Como consequência, dona Severina fraturou o fêmur e está internada no Hospital de Trauma de Campina Grande. No entanto, essa não foi a primeira vez que a idosa sofreu esse tipo de acidente. Dona Severina já caiu mais de três vezes, e já passou até por uma cirurgia no joelho.
Segundo o Instituto Nacional de Trauma e Ortopedia Jamil Haddad (Into), qualquer pessoa está sujeita a passar por esse tipo de evento. No entanto, alguns pacientes apresentam mais risco, é o caso dos idosos, crianças menores de 5 anos, pessoas com distúrbios neurológicos, amputações ou com comprometimento e deformidades dos membros que comprometam o caminhar. E enquanto as quedas dos jovens estão relacionadas à atividade física ou situação de trabalho, a dos pacientes idosos tem relação com a falta de equilíbrio e fraqueza.
Essa problemática tende a aumentar também em virtude de algumas características estruturais, como ambientes com pouca iluminação, pisos escorregadios, escadas sem corrimão, cadeiras, camas e vasos sanitários muito baixos e sem apoio para sentar e levantar, obstáculos no caminho, como móveis baixos e fios, presença de animais domésticos, desnível de calçadas, dentre outras.
Para o ortopedista do Hospital de Trauma de Campina Grande, Otávio Ferreira Júnior, as quedas podem afetar gravemente a possibilidade de locomoção das pessoas e, por consequência, a vida delas, por isso, deve-se tentar ao máximo se prevenir desses acidentes. “No caso de pessoas jovens, ficar atento aos exercícios praticados e ao nível de energia empregado. Já quanto aos idosos, o cuidado deve ser ainda maior, porque eles estão sujeitos a riscos por causas como um chinelo folgado, uma falta de apoio, podendo comprometer ainda mais a sua saúde”, alertou o ortopedista.
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