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VIDA URBANA

Paraíba já soma três mortes por meningite

Casos da doença foram registrados nos municípios de Lagoa Seca, São José do Bonfim e João Pessoa, segundo dados da SES.

Publicado em 15/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 18/07/2023 às 14:32

Paraíba contabiliza três casos de óbito por meningite somente este ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Os casos foram registrados nos municípios de Lagoa Seca, São José do Bonfim e João Pessoa. Em todo o Estado foram notificados 18 casos da doença, sendo cinco confirmados. Os números demonstram uma diminuição com relação ao mesmo período do ano passado, quando 58 casos foram notificados e 16 confirmados.

Nos últimos 2 anos o Estado registrou 30 óbitos devido à meningite. Desses, 17 óbitos foram registrados no ano de 2012 e 13 no ano passado. Porém se observa uma regularidade nos números, tendo em vista que de janeiro a março do ano passado foram registrados apenas dois casos de óbitos em todo o Estado, número próximo ao registrado no mesmo período deste ano.

Segundo a médica infectologista Luciana Holmes, a meningite é uma infecção do sistema nervoso que pode ter início com uma simples infecção de ouvido ou crise de garganta. “A meningite geralmente é um quadro bem agudo que avança rápido e que pode ter início com uma simples infecção das vias aéreas superiores que, se não for bem tratada, pode atingir o sistema nervoso”, explicou.

CAUSAS E SINTOMAS

A doença pode ser ocasionada por vírus, bactérias e fungos e apresenta sintomas que podem ser confundidos com uma simples virose. “Geralmente o paciente apresenta febre, dor de cabeça, vômitos, desorientação, rigidez no pescoço. Em casos mais agudos podem aparecer manchas na pele”, acrescentou.

De acordo com a infectologista, um grande problema são os tratamentos caseiros para viroses e gripes em detrimento da procura por um profissional qualificado. “Esse é o maior problema, porque os sintomas iniciais da meningite podem se confundir com muitas coisas, principalmente as crianças, que têm muitos quadros respiratórios por ano e as pessoas acabam ficando em casa, sem buscar um atendimento adequado”, alertou.

Esse foi o caso da Ana Cláudia, de 7 anos, filha da agricultora Sônia da Silva. Ela mora no município de Sapé e, segundo relatos da mãe, no último domingo a menina começou a apresentar sintomas como febre e dor de cabeça, mas, por acreditar ser apenas uma virose normal, a mãe a medicou em casa. “Ela melhorou um pouco, brincou e tudo na segunda-feira, mas na terça ela piorou novamente, dessa vez com o pescoço mole”, contou.

Devido à piora da filha, a agricultora decidiu ir a um posto de saúde de sua cidade. Lá, ela foi orientada a vir para o Hospital Infantil Arlinda Marques, na capital. “Quando cheguei lá eles viram que podia ser meningite e me mandaram para o Hospital Universitário. A gente está aqui desde quarta-feira. Se Deus quiser minha filha vai ficar boa”, afirmou.

Segundo Luciana Holmes, os casos de meningite avançam de forma muito rápida e, por isso, é preciso estar atento aos sintomas. “Com crianças e idosos, que são populações mais frágeis, se tem que ficar ainda mais atento”, orientou.

Após a descoberta do caso, é necessário a realização de uma punção na coluna lombar, única forma de detectar a doença.

“Nós retiramos um líquido da coluna lombar e levamos para análise. Após a detecção, tem início o tratamento, que é feito principalmente através de antibióticos na veia e dura de 10 a 14 dias”, disse.

O Hospital Universitário Lauro Wanderley , na capital, é centro de referência no tratamento da doença. Lá, o exame e o tratamento são oferecidos gratuitamente e, após o tratamento, o paciente pode ter uma vida normal. “A doença é grave, pode levar a óbito, mas com o tratamento se chega à cura. Hoje em dia praticamente não temos mais sequelas”, completou.

VACINA

Segundo a chefe do setor de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Chiara Dantas, as vacinas contra a meningite fazem parte da rotina de vacinação de todos os PSFs do país desde 2011. Ela é oferecida para crianças a partir dos 3 meses de idade e até antes dos 2 anos. Após isso, a vacina é oferecida somente em redes particulares e custam em média R$ 100,00.

De acordo com a infectologista Luciana Holmes, com a vacina contra o caso mais grave, a probabilidade da doença deixar sequelas é pequena. Por isso Chiara Dantas orienta as mães de todo o Estado a procurarem as unidades de saúde caso os calendários de vacinação dos seus filhos não estejam atualizados. E, se os primeiros sintomas aparecerem e evoluírem de forma rápida, a orientação é não hesitar em procurar uma unidade de saúde.

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Jornal da Paraíba

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