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VIDA URBANA

Mãe de filho com doença rara poderá fazer faculdade de graça

Grupo Ser Educacional está ofertando 10 bolsas de estudos na Paraíba para cursos de graduação e especialização à distância. 

Publicado em 18/04/2016 às 11:24

O sonho de estudar Enfermagem foi adiado porque Alessandra Amorim, 34 anos, que mora no bairro do Pedregal em Campina Grande, engravidou no ano passado e passou a encarar a sua vida de outra maneira após descobrir que o filho tinha microcefalia. O pequeno Samuel nasceu em dezembro e hoje o olhar de toda a família, que é composta por outros cinco filhos, está mergulhado nesse universo cheio de descobertas e insegurança. Para atender a essas mães, que precisam dedicar boa parte do tempo aos seus filhos, o grupo Ser Educacional está ofertando cinco bolsas de estudos em João Pessoa e mais cinco em Campina Grande para cursos de graduação e especialização à distância.

O benefício das bolsas de estudos é voltado não só a mães de filhos com microcefalia, mas também a todas as mulheres que tiveram crianças com doenças raras. A ideia surgiu do projeto Mães Produtivas, idealizado pela Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR) e pelo Grupo Ser Educacional com o objetivo de levar qualificação para essas mães que não podem fazer aulas presenciais, pois são cuidadoras dos filhos.

Na Paraíba, as bolsas de estudo vão ser ofertadas pela Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU) – polo de João Pessoa e Campina Grande. Para a coordenadora de cursos EAD da instituição, Vanessa Belmiro, o projeto é uma ação sensível e muito importante para essas mulheres. “A Nassau está fazendo parte da história dessas mulheres guerreiras, apoiando-as com cursos gratuitos a fim de que vislumbrem um futuro melhor para elas e seus filhos”, destacou.

A ideia surgiu após a identificação de que essas mulheres enfrentam uma grande dificuldade na continuidade ou mesmo no início de estudos. “A maioria das mães raras é cuidadora 24 horas por dia. Mães muitas vezes são chefes de família e, em nosso país, cinco milhões de crianças não possuem o nome do pai em seu registro de identificação. Outra triste estatística aponta para o fato de que 70% das mulheres que recebem filhos com deficiência são abandonadas pelos maridos e tornam-se cuidadoras de alguém, em um processo exaustivo, cujo resultado muitas vezes se desdobra em doenças secundárias para a mãe, como depressão e síndrome do pânico”, relata Daniela Rorato, vice-presidente da AMAR.

Processo seletivo

As mães de crianças com doenças raras dos estados participantes devem conhecer as graduações pelo site de EAD da UNINASSAU. Há opções de cursos de bacharelado, licenciatura e tecnólogo.

Para mais informações, as mães precisam entrar em contato com a AMAR, pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (81) 3132-0650 e (81) 9-8448-8710.

Realizada a inscrição, elas deverão comparecer ao polo responsável para validar a matrícula e receber demais instruções. Assim, poderão cursar a graduação via internet, estudando de 8 a 12 horas por semana. Haverá, na sequência, outros encontros aos sábados, em intervalos definidos no Ambiente Virtual de Aprendizagem. O telefone do Grupo Ser Educacional é (81) 3413-4611.

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Jornal da Paraíba

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