VIDA URBANA
Bancos lideram reclamações em Campina Grande
O Procon de Campina Grande recebeu um total de 3.545 reclamações de consumidores que tiveram seus direitos desrespeitados.
Publicado em 26/12/2014 às 7:36 | Atualizado em 14/03/2024 às 13:24
O Procon de Campina Grande recebeu entre os dias 1° de janeiro a 15 de dezembro deste ano um total de 3.545 reclamações de consumidores que tiveram seus direitos desrespeitados. Desse universo de denúncias, o líder do ranking de insatisfação ficou com as instituições bancárias, que, juntas, acumularam 492 queixas, o que corresponde a 13,8% dos atendimentos do órgão. Dentre os principais motivos dos protestos estão: cobranças indevidas, desrespeito à Lei das Filas, envio de produtos sem solicitação, publicidade enganosa, falha de pagamento e retenção de documentos.
Para o gerente do Procon de Campina Grande, Rodrigo Reül, esse número de queixas é considerado muito grande uma vez que além dos bancos tradicionais, as concessionárias financeiras também contribuem bastante para que a quantidade de reclamações ultrapassasse os 10% dos protestos que são registrados no órgão municipal. Segundo ele, muitos bancos estão cometendo crimes graves contra o direito do consumidor ao longo dos anos, sem se importar com o que isso pode acabar gerando negativamente para cada empresa.
“Existe uma fiscalização por parte do Procon, as denúncias dos consumidores são muitas, nós aplicamos multas, mas mesmo assim o banco não muda sua prática. Existem infrações autuadas no valor de R$ 15 mil em casos de problemas de relacionamento com o consumidor. Outras chegam a R$ 200 mil quando a Lei das Filas não é cumprida. Como não há uma conscientização, em 2015 nós vamos elevar o valor dessas multas para até R$ 3 milhões como forma de provocar o cumprimento da norma por parte da instituição bancária”, explicou o gerente.
Rodrigo Reül ainda apontou que ao longo deste ano foram aplicadas centenas de multas, contudo, nem 10% delas são pagas pelos bancos, o que acaba gerando além da manutenção do problema apontado pelo consumidor, um processo na Justiça que tende a se arrastar por tempo indeterminado. “Infrações já foram lavradas mais de 500, só que são poucas as pagas pelos bancos.
Eles recorrem da decisão, vão à Justiça e além do problema não ser solucionado, acaba se transformando em um processo judicial onde o consumidor espera anos para ser indenizado”, disse.
A funcionária pública, Mônica Silveira, 46 anos, é correntista de um banco privado, precisou recorrer à Justiça para resolver um problema com a agência bancária. Ela foi surpreendida com o recebimento em sua casa de um cartão de crédito sem a sua solicitação. Apesar de não usá-lo, ela confirmou que dois meses depois começou a chegar a fatura cobrando a anuidade do mesmo, apesar dela não tê-lo desbloqueado. “Eu fiquei chocada, porque eu não desbloqueei o cartão, mas mesmo assim eles me cobraram por algo que eu não pedi. Denunciei no Procon e agora fui ao Juizado das Pequenas Causas para tentar ser ressarcida”, contou.
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