VIDA URBANA
Mar avança e destrói casas na Baía da Traição
Força das águas tem levado paredes e muros; moradores estimam que mais de 20 casas já tenham sido destruídas e se preocupam com a situação.
Publicado em 07/03/2013 às 6:00
O avanço do mar e as fortes ondas que vêm sendo registrados no município de Baía da Traição, Litoral Norte paraibano, têm destruído residências localizadas à beira-mar. A força das águas tem levado paredes e muros. Moradores estimam que mais de 20 casas já tenham sido destruídas e se preocupam com a situação, além de cobrar providências do poder público.
Na faixa de areia, que acaba reduzindo de extensão com o passar do tempo, é visível a grande quantidade de tijolos e pedras espalhados em frente às residências como tentativa de conter a força do mar, o que não tem sido suficiente para evitar a destruição de calçadas e escadarias.
O capitão Potiguara José Ciríaco disse que desde março de 2009, quando teve uma maré altíssima, as ondas têm chegado à beira-mar com violência, causando danos nas residências e parte da aldeia. “Falta interesse público em fazer a contenção, que é um muro construído com pedras e concreto para conter o avanço do mar, também conhecido por 'quebra-mar', o que custa caro para ser arcado pela população”, declarou.
Capitão Ciríaco informou que as destruições causadas pelo mar já acontecem há muito tempo. Ciríaco disse que já buscou apoio junto ao atual prefeito do município, Manoel Messias Rodrigues, e, agora, aguarda por reunião com o governador Ricardo Coutinho para debater ações de prevenção. “Nessa oportunidade tentaremos a intervenção do governo estadual e federal para que as providências sejam tomadas em prol da população que reside no local, bem como dos proprietários de casas de veraneio que também são acometidos pela situação”, pontuou.
Potiguara acrescentou que, se algo não for feito com urgência para conter os danos provocados pelo avanço do mar, as moradias podem desaparecer em um breve espaço de tempo.
Segundo o geógrafo Williams Guimarães, diversos fatores contribuem para a erosão marinha em Baía da Traição, que já é uma área naturalmente erosiva. Portanto, fatores naturais e de interferência humana são responsáveis pelo fenômeno. “A taxa de sedimentação é muito baixa, onde ocorre muita retirada de areia e pouca reposição, pois o maior Rio do Nordeste é o São Francisco, mas a taxa de deposição de areia no mar é baixíssimo”, explicou.
Williams Guimarães disse que a linha de arrecifes é responsável por proteger a costa e age como uma espécie de 'quebra-mar' natural, diminuindo o efeito das ondas.
SEM CONTATO
A equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato telefônico várias vezes com o gerente executivo da Defesa Civil do Estado, coronel Cícero Hermínio, para comentar o caso e informar as ações previstas para o local, mas nenhuma de nossas ligações foram atendidas. Da mesma forma, as tentativas junto à prefeitura municipal de Baía da Traição foram sem sucesso.
Comentários