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VIDA URBANA

Idosos encontram apoio em abrigos

Cerca de 400 pessoas, a maioria abandonada pela família, residem nas casas filantrópicas de longa permanência da capital paraibana.

Publicado em 21/04/2013 às 8:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:52

As rugas no rosto são sinais de uma vida dura, marcada por muito trabalho, dificuldades e aprovações. Para muitos, ficar velho é sinônimo de cuidados redobrados, mas para outros representa inutilidade acompanhada da rejeição.

Na maioridade, a negligência e o abandono mostram a ingratidão dos entes mais próximos, que, indiferentemente, esquecem o valor daquele que dedicou uma vida em prol de mulher e filhos. Viúvo e aos 79 anos de idade, José (nome fictício) se viu sozinho diante dos problemas de saúde.

“Depois que minha mulher se foi, me restou três filhos e alguns netos, mas, para mim, é mesmo que nada, porque – mesmo tendo feito o que pude para criá-los – me deram às costas quando fiquei velho. Nunca pensei que isso aconteceria comigo”, declarou.

Apesar da decepção, José confessa não guardar mágoa daqueles e que hoje deveriam retribuir o carinho e atenção recebidos do pai. “Eu não tenho raiva, não, eu perdoo eles. Mas fico triste, porque, como já dizia meu avô: ‘mesmo depois dos pregos retirados da madeira, ela nunca mais será a mesma, pois as cicatrizes ficam para sempre’. Estou velho, mas ainda sou pai e, bons ou maus, eles são meus filhos”, desabafou sem querer mais tocar no assunto.

Lúcido, mas com as limitações do corpo, resultantes da idade, José caminha lentamente em direção ao seu quarto de descanso na Casa da Divina Misericórdia, localizada no Bancários, em João Pessoa.

Assim como José, cerca de 400 idosos são institucionalizados, o que significa que eles ‘moram’ nas seis casas de longa permanência existentes na capital, segundo o Conselho Municipal do Idoso (CMI).

De acordo com a presidente do CMI e da Casa da Divina Misericórdia, Marliete Arruda de Lima, as casas para idosos são filantrópicas (sem fins lucrativos), onde essa parte da população tem acesso a diversos serviços gratuitos, como assistência médica e terapias ocupacionais.

“Exceto os casos oriundos de maus tratos, negligência, exploração financeira e abandono, entre outros tipos de desrespeito ao Estatuto do Idoso, muitas pessoas procuram os abrigos de longa permanência por não terem condições de cuidar de seus entes queridos, seja por problemas financeiros, familiares e até por falta de tempo”, afirmou Marliete.

“Serviços médicos, de enfermagem, nutricional, fisioterápico, terapias ocupacionais e acompanhamento da família são necessários para haver um resgate do vínculo familiar, mesmo que seja junto aos profissionais e grupos de jovens que visitam os abrigos”.

Segundo Marliente Arruda, seis instituições asilares são cadastradas no CMI de João Pessoa, distribuídas em cinco bairros: duas no Bancários (Casa da Divina Misericórdia e Ministério de Atendimento Assistencial Nordestino de Acampamento e Instituto - Maanain), uma no Bairro dos Estados (Lar da Providência Carneiro da Cunha), uma no Castelo Branco (Instituto Espírita Nosso Lar), e duas no Cristo Redentor (Associação de Promoção ao Ancião – Aspan, e Abrigo de Idosos Vila Vicentina).

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Jornal da Paraíba

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